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Publicado em 10/03/2023
UMA MULHER CHAMADA OPHÉLIA
Nesse mês de março desperte a Ophélia que existe em você.
Era uma linda vila, como um reino. Era uma casa grande e bonita, como um castelo. Era um pai, com dois filhos para criar. O irmão ensinou a irmã menor a ler, a ser esperta e objetiva. O pai trabalhava na casa grande e um dia a dona da casa grande, linda e importante como uma rainha, ofereceu-se para dar educação a menina, cuja mãe havia falecido. A criança se mostrara ávida e como a grande mulher só havia gerado um filho homem, que estudava em outras terras, adotou a menina como sua dama de companhia. Seu filho era Hamlet, prometido ao trono da Dinamarca. A pequena menina passava seus dias conhecendo plantas, passeando pelos jardins, nadando pelos rios, auxiliando a rainha e recebendo seus ensinamentos.
Os anos se passaram, o filho voltou e começou a paquerar a menina-mulher, crescida, ruiva e linda. Se casaram e se amaram às escondidas, pois o garoto não podia se casar com uma plebeia.
O rei foi morto envenenado pelo próprio irmão e a viúva acabou casando-se com o então cunhado, que já era seu amante. E de sua irmã bruxa também. A doce jovem descobrira todos esses segredos e virou alvo de ataque, fingindo sua própria morte para sobreviver ao caos instalado no reino. No felizes para sempre, o rei mata Hamlet, a desolada mãe mata o rei e se mata. E Ophelia consegue fugir para um convento da região, onde reinicia sua vida com a filhinha que já carregava em seu ventre, fruto de seu nobre amor.
A história acima é a visão do romance épico Hamlet, mas não pelos olhos melancólicos e criativos de Shakespeare, e sim, pelas lentes do amor da vida de Hamlet, Ophelia.
Nesse dia das mulheres, olhe sua vida pelo seus olhos. Veja o quanto lutou e amou ao longo da sua vida. Não importa a idade que você esteja, valorize suas conquistas. Valorize a sua vida. Aprenda observando Ophelia: ela podia vingar-se - seu pai, grande amigo do rei, foi o primeiro a morrer. Mas optou por viver longe da vingança e do poder. Trocou a rivalidade pela neutralidade. Trocou o ódio pelo amor.
Ophelia foi além do seu tempo. Sabia que a verdadeira essência estava junto a natureza - conheceu o segredo das plantas e das flores. Sabia lutar e se defender, como um homem. Tinha a delicadeza de uma dama, mas não era fútil. Tinha conhecimento, e usava-o com sabedoria, não com arrogância. Tinha beleza, natural. Amou, mas não morreu por amor. Na verdade, sobreviveu por amor.
Na versão original, William Shakespeare fê-la traída, mal-amada e louca. Mas ela resolveu mudar sua própria versão e deixou para os outros a loucura do ego.
Hoje, eu desejo que você enxergue a sua melhor versão, esqueça tudo que falaram a seu respeito, só você conhece sua verdadeira história. E você merece respeito, especialmente o seu.
Conte a sua história com orgulho.
O filme Ophelia, baseado no romance de Lisa Klein, está na Netflix até o dia 31 de março. Silvia Delforno, psicanalista. "Ajudando você a viver de forma mais leve, com mais plenitude e realizações".
Sessões on-line e presencial. Informações: whatsapp - 11 971182440.
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