
Compartilhar
|
Publicado em 15/08/2022
REJEIÇÃO - QUAL SUA HISTÓRIA SOBRE?
A rejeição é uma das feridas infantis mais comuns e dolorosas. É preciso acolher e seguir adiante.
Atire a primeira pedra quem não sente uma coisinha no peito quando recebe um não, quando é traído ou humilhado. Quem de nós não sobrou na escolha de pares nas tarefas escolares: verdadeiro pesadelo para as crianças. As rejeições começam no jardim da infância. Adolescente então, melhor nem comentar: espinhas no rosto, quilos a mais ou a menos, não atrás de não. E sobrevivemos até aqui.
Chega a fase adulta e passamos a temer a rejeição com mais afinco - desconfiamos quando somos aceitos.
Preferimos ter poucos amigos para não nos decepcionarmos; os empregos melhores nem nos arriscamos porque, na nossa cabeça, não estamos preparados. Relacionamentos, preferimos os aplicativos - do sofá de casa é mais seguro do que se expor ao mundo real. Vamos nos fechando num casulo bem fabricado pelas nossas neuroses e inseguranças. O mundo é muito grande para nossos medos - nossa criança interna, machucada, pode facilmente se perder nele.
A verdade é que somos rejeitados porque nos rejeitamos. Sim, é isso. Tudo começa no berço ou antes dele e não há quem culpar, faz parte da vida. É preciso aceitar, trabalhar a frustração e seguir adiante.
Quando nos rejeitamos, nos desvalorizamos e não nos sentimos merecedores de uma vida plena. Qualquer vento balança nossa estrutura psicológica e emocional. Ficamos vulneráveis - a sensibilidade é grande e enfrentamos sofrimentos por vezes desnecessários. Nos tornamos impulsivos, pois nossa criança ferida e abandonada quer nos proteger. No grito e no choro.
Para o rejeitado, um comentário infeliz ou um ato impensado é um alerta. As emoções ruins surgem repentinamente e o bloqueio mental está formado: o mecanismo de autossabotagem inconsciente é ativado. E a partir desse momento, a angústia toma conta. O rejeitado rejeita antes. O rejeitado atrai quem o irá rejeitar.
A rejeição diminui quando nos amamos e cuidamos de nós mesmos, primeiramente. Procuramos por terapia, nos rodeamos de atividades que geram satisfação, e ficamos alerta quando nos aproximamos de pessoas machucadas. Não caímos na tentação de querer curar o outro quando temos feridas abertas em nós mesmos. Pessoa ferida não cura outra pessoa ferida. Cada um é responsável pela sua maturidade.
A rejeição diminui quando falamos bem de nós mesmos e dos outros. Quando investimos no que nos dá prazer. Quando estamos dispostos a reconhecer que por vezes atraímos a dor ao invés do amor. É preciso pegar nossa criança do berço e transmitir segurança a ela.
Sobre autoestima.
Pode ser o mais do mesmo, mas a rejeição se controla quando existe um processo de autoestima. Gostar de si e respeitar-se, principalmente não mendigando a atenção do outro, pois pessoa rejeitada, inconscientemente, sente prazer em ser humilhada.
Cuidar da aparência, cuidar do corpo, cuidar da casa, cuidar do intelecto, cuidar do sono, cuidar da mente, cuidar da alma. A palavra chave para a autoestima é cuidar-se.
Sobre maturidade.
Maturidade é ter objetivos e persistir neles. Maturidade é ouvir o outro e sair da posição de vítima. Maturidade é saber se controlar frente aos problemas da vida. Maturidade é respeitar as opiniões e decisões alheias. Maturidade é ter responsabilidade e coragem para enfrentar seus medos. Maturidade é liberdade.
Redação:
Silvia Delforno, psicanalista.
"Ajudando você a viver de forma mais leve, com mais plenitude e realizações".
Sessões on-line e presencial.
Informações: whatsapp - 11 971182440.