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Publicado em 16/11/2022



QUANTOS DE VOCÊ CABE NUM DIVÃ?

                                                                                                       

Você teme o divã? Não tema, cabe muitos de você nele.

"Todos os homens que já tive foram para a cama com Gilda e acordaram comigo." Frase da atriz Rita Hayworth, sex simbol da década de quarenta, sobre o fascínio dos homens por sua personagem Gilda. Rita dizia que tudo que queria era um relacionamento calmo e feliz, como de "todo mundo" - segundo ela. Mas sua versão femme fatale não permitia que os homens a visse como outra mulher.

Will Smith, quando indagado sobre quem é ele, responde que é o menino negro pobre, cuja namoradinha o abandonou, aos seus quinze anos.

Michael Jackson imaculou sua infância não vivida construindo sua "Neverland - A terra do nunca", o parque de diversão que se transformou em polêmica pelas crianças que o astro convidava para brincar. Michael tentava esconder seus traumas por trás de um homem talentoso, transformando-o num mito. Pena que sua criança era tão carente e machucada que acabou levando-o à morte.

Viola Davis conta em sua magnífica biografia Em busca de mim (BestSeller, 2022), que por anos levou ao divã sua faceta gloriosa, quando na verdade, a mulher do divã era a menina de dez anos que corria feito louca, após o sinal de saída da escola, para não ser apedrejada por meninos que a insultavam de crioula nojenta. Já adulta e famosa, ela confidencia que estava parada, porém seus pés continuavam a correr. Seu trauma era mais profundo do que ela imaginava.

Deixando as estrelas de lado, você, simples pessoa, assim como eu, que máscara vem usando para mascarar outras?

Interessante notar quantas máscaras envolvem as pessoas. "Quantos eu" não chega ao divã - fica do lado de fora, pois sua presença pode gerar tristeza e angústia. Por vezes, ou por anos, ou por uma vida toda, tentamos entender a versão recente de nós mesmos e lutamos para que ela sempre seja a melhor; contudo, a roupagem atual é a máscara mais conveniente para o momento. Nossa consciência nos assombra com máscaras de antigos carnavais, que insistimos em fingir que nunca aconteceram.

Para ser aceito, o homem usa a máscara social que melhor se encaixa. Para ser diferente, o homem empresta máscaras que não pertence ao seu mundo, mas o torna reconhecido. Porém existe um lado obscuro da personalidade que esconde desejos e fantasias e é sufocado sempre, até chegar o momento de arrancar a máscara com tanta força, que chega a sangrar.

Leve para o divã seus sonhos, seus desejos mais íntimos. Leve também a sua infância e os monstros que habitam o seu inconsciente. Leve suas tenebrosas sombras, à luz elas ficam mansinhas. Conte sobre o seu esforço que levou você às conquistas. Tenha coragem de contar como algumas máscaras que você usa ou já usou entraram forçadas ou apertadas - é necessário curar-se.

O divã é o palco perfeito para que as máscaras sejam desfiladas, respeitadas e aceitas. Porém, é preciso deixá-las de lado para olhar frente a frente o seu verdadeiro eu - sua fantasia mais bonita. No divã o carnaval da vida é o ano todo.


Redação:

Silvia Delforno, psicanalista. 
"Ajudando você a viver de forma mais leve, com mais plenitude e realizações".
Sessões on-line e presencial.  
Informações: whatsapp - 11 971182440.



 


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