
Compartilhar
|
Publicado em 20/04/2023
O mundo está cheio de pessoas ansiosas, vazias e doentes. Você também sente-se assim?
A ansiedade está ligada ao que se anseia, mas não se planeja. Os pés estão no ontem, a cabeça no próximo mês e o hoje não é vivido. O vazio é um lugar cheio de informação, onde tudo parece se encaixar na sua vida, mas quanto mais você se enche, principalmente do conteúdo das redes sociais, mais vazio você sente, pois se compara com a pseudo felicidade alheia e se frustra. Doentes, pelo motivo de que a alma não é cuidada - cuida do corpo, da pele, cuida dos cabelos.
Cuida do outro, mas não cuida de si. Dorme mal, come mal, se veste de qualquer jeito, não cuida da saúde do corpo e muito menos da alma, gerando aflição, angústia, tristeza, decepção. Muitas vezes olhamos para nós pela lente do outro e deixamos de ter autonomia. O outro dita como devemos viver a nossa vida. Não tem como começar a ser fitness, se eu me entusiasmo com as injeções para diabéticos que podem me emagrecer e me adoecer também.
Não tem como falar em alimentação saudável, se eu vivo de olho nas promoções do fast food.
Não tem como eu falar em Sagrado Feminino, se eu adoro fofocar sobre outras mulheres.
Não tem como eu falar em carreira profissional, se eu quero virar influenciador digital.
Não tem como eu falar num relacionamento sadio, se eu vigio o celular do meu parceiro.
Não tem como falar em conhecimento, se eu insisto em me atualizar pelas fake news.
Não tem como falar num mundo melhor, se eu me alimento da desgraça dos outros.
Não tem como falar de amor, se eu fomento o ódio, mesmo que sem saber. Como eu posso falar de empatia, se eu compartilho fotos de pessoas acidentadas e mortas.
Como eu posso falar de amor ao próximo, se eu corro das pessoas que me pedem comida.
Como eu posso falar de sustentabilidade, se eu compro roupa nos sites baratos da vida, que usam mão-de-obra escrava.
Como eu posso falar de paz, se eu não tenho paz dentro de mim mesmo. Por um mundo melhor, eu preciso abrir mão da minha arrogância e parar de achar que eu sou melhor que o outro.
Por um mundo melhor, eu preciso enxergar a minha inveja e transformá-la em aceitação.
Por um mundo melhor, eu preciso parar de achar que sou vítima, sair desse lugar que eu acredito ser confortável, e enfrentar as minhas dores e os meus medos.
Para eu viver num mundo mais digno, eu preciso ter dignidade.
Para eu doar amor, eu preciso antes ser dono do meu amor.
Para eu prosperar, eu necessito olhar para aqueles que me geraram e, se necessário, ressignificar essa relação.
Para eu cobrar respeito, eu preciso me respeitar. Para um mundo de paz, eu preciso voltar a ter bom senso - está em falta na atualidade.
Para um mundo de beleza, eu preciso limpar o meu lado feio, começando por reconhecer minhas sombras.
Para um mundo com igualdade, eu preciso desenvolver a minha bondade e também a força de vontade de estudar e trabalhar.
Para um mundo mais humano, eu preciso voltar a ser gentil. Pegar meus monstrinhos e domá-los para que eles não saiam machucando as pessoas ao meu redor. Como a luta é eterna para eu exterminar meus monstros, eu, pelo menos, posso ser colega deles. E domesticá-los. Por um mundo melhor, com egos domesticados.
Redação:Silvia Delforno, psicanalista. "Ajudando você a viver de forma mais leve, com mais plenitude e realizações".
Sessões on-line e presencial. Informações: whatsapp - 11 971182440.
|