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Publicado em 24/04/2023

O HOMEM, QUE NÃO É APENAS O PROVEDOR


Passou da hora de olhar para os sentimentos masculinos.

De tempo em tempo, surge as discussões sobre quem paga a conta num encontro, e as opiniões se dividem entre os sexos. Ambos resolvem se encontrar, ambos comem e bebem, e a plateia acha que ele deve pagar a conta. Sim, a mulher gasta com sua imagem, portanto ela merece. Portanto, eles dividem, pois houve muita luta, até chegar a igualdade, e ainda falta muito.

Contudo, a discussão sobre pagar uma conta de restaurante é irrelevante no artigo de hoje. O olhar é para o que esse homem, que nem sempre está disposto a pagar a conta sozinho, está sentindo. Como anda a cabeça e o coração desse menino grande que cresceu para ser o forte, o bem sucedido, o chefe de família, o bom pai.

Porém antes disso, é para ser o bom pegador, o bom macho alfa. E aí esse homem se depara com mulheres estudadas, guerreiras, atrás dos seus sonhos, com poder de escolha de parceiros. Ou não, pode encontrar uma mulher aquém das expectativas.

O menino grande pode estar guardando dentro de si mágoa de um pai ausente ou distante, quando não, violento. Uma mãe narcisista ou superprotetora. Ele esconde seus segredos de infância e adolescência - bullying, assédio, abuso. 

Sexuais e psicológicos. Cobrança exagerada de algo que ele nem sabia o que era, apenas era cobrado. Como resultado, temos homens na faixa etária de trinta anos com questões mal resolvidas, lutando para vencer no lol.

Os mais jovens já nasceram na internet. Tem conhecimento, mas falta esclarecimento. Podem tudo, mas não sabem ainda que nem tudo convém a eles. É cobrança social pela escolha sexual, pela escolha da profissão, por como vai ganhar dinheiro. Bombardeio psicológico - da bisnaguinha com fanta ao mercado de trabalho.

Eu provenho, tu provéns, nós provemos.

E agora que o meu avô provedor morreu, minha mãe já trabalha fora e as meninas que eu saio competem comigo no trabalho? Opa, acho que não sou mais o futuro provedor. Mas se eu não sou o provedor, o que eu sou, então?

Ah, eu sou o super atleta, eu desafio a vida nos esportes radicais. Ou eu sou o super bebedor de cerveja, eu vivo a vida como se eu não fosse responsável, porquê na verdade não sou mesmo. Ah, eu sou o fazedor de sexo, pois isso me faz homem. Provedor de esperma eu sou, com certeza.

E eu, menino grande, onde entro? Eu fiz faculdade, mas ainda estou galgando uma boa colocação no competitivo mercado de trabalho - eu, versus mulheres e máquinas.

Eu ainda moro com meus pais porque não consigo pagar um aluguel sozinho, mas falta pouco. Eu, que desejo namorar, e não apenas sair com várias mulheres. Eu, que sou cobrado por uma vida sexual que não tenho vontade porque não penso em quantidade, apenas. Eu que tenho vontade de chorar, mas isso demonstraria fraqueza e não posso ser fraco, eu tenho que ser forte.

Por vezes, eu gostaria de ser menos cobrado, menos taxado. Eu poderia ser seu amigo, sim, eu gostaria muito. Gostaria de ser mais próximo a minha família e fazer coisas simples, como ajudar os meus pais. Eu poderia ser mais cavalheiro com a moça, mas eu estou cansado de ter que provar quem sou.

Então eu sou um menino
, cheio de questões dentro de mim. Eu me disfarço de super homem, brigando pra rachar a conta, para eu me sentir mais aceito.


Redação:

Silvia Delforno, psicanalista. 
"Ajudando você a viver de forma mais leve, com mais plenitude e realizações".
Sessões on-line e presencial.  
Informações: whatsapp - 11 971182440.




 
 
 
 
 
 
 
 
 


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