Quem nunca disse que largaria tudo e iria vender coco na praia que jogue a primeira pedra.

Todos conhecemos alguém que tinha um ótimo emprego com uma ótima carreira, mas na crise dos trinta ou quarenta, largou tudo e foi viver daquilo que realmente o preenchia. 

O empresário virou líder espiritual, a economista raspou a cabeça e foi viver num monastério. O esportista virou barman e a aeromoça largou o céu para virar professora de piano. Na verdade, ninguém virou nada, apenas seguiu a voz do seu coração.

Sobre esse lugar, ele não é físico. Ele pode ser uma doutrina, uma viagem, um estilo de vida diferente do habitual. Como explicar um médico que poderia ganhar um bom dinheiro, trabalhar como voluntário numa região de guerra. Como explicar a enfermeira vivendo numa aldeia distante, cuidando das pessoas. Como explicar o mochileiro que conhece o mundo pedindo carona e vivendo perrengues por aí. Que lógica tem o matemático que se apaixonou pelo tarô. E a baladeira que virou sacerdotisa.

Os exemplos acima são de pessoas que encontraram o seu lugar na vida. Sentem-se preenchidos e encontram propósito no que fazem.

Por vezes seguimos caminhos por influência da família ou por consequência da vida, ou ainda por imaturidade. Conforme os anos se passam e o autoconhecimento aumenta, começamos a questionar as decisões que tomamos, seja no âmbito profissional, acadêmico ou familiar. E aí inicia o vazio existencial, cada vez mais comprimindo o peito. E começa a angústia, a agonia, a ansiedade, a vontade de sumir, como muitos definem. Não precisa sumir, precisa ter coragem de fazer aquilo que te faz feliz, analisando as consequências da mudança.

As consequências de encontrar seu lugar no mundo engloba entristecer ou alegrar pessoas ao seu redor, pode comprometer seu financeiro, ou não. Pode comprometer a posição que você ocupa na sociedade, mas não compromete sua saúde e sua satisfação, tenha certeza. Todo os dias ouço pessoas que estão fora do seu habitat natural, seja num relacionamento findado, numa profissão ou emprego que não faz mais sentido, ou ainda com um modo de vida que não o representa. As queixas são de tristeza e desânimo e, por vezes, acompanhadas por sintomas físicos, reflexo do campo emocional.

A vida que vale a pena ser vivida é aquela em que você se sente em paz, sua consciência é tranquila e suas relações são satisfatórias. Ou você pode se enfiar numa caverna e viver sozinho, mas em paz consigo mesmo. A vida costuma perder o sentido quando estamos desconectados da nossa essência. Quando esquecemos ou nem temos propósitos para a nossa vida. Quando desconhecemos nossos dons. Perdemos a genuinidade quando vivemos no piloto automático.

Quando você se abre ao mundo, com lucidez das suas decisões, o mundo se abre para você. Oportunidades e caminhos surgem à sua frente. Mas é preciso coragem e discernimento para não ser vítima do ego. Para isso o melhor caminho é procurar conhecer-se e adquirir novos conhecimentos.