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Publicado em 05/07/2023

ELEMENTOS, A ANIMAÇÃO. A RELAÇÃO ENTRE EXTREMOS


Em cartaz nos cinemas, a animação é um grande ensaio sobre relacionamentos. E nesse artigo correlacionamos com a volatilidade das atuais relações.

Chega as férias de julho, crianças em casa e pais trabalhando. O cinema do final de semana é esperado ansiosamente. O programa é sempre coringa para a família toda, pois além da pipoca e do refri, existem as conversas e opiniões pós-filme, que reservam boas reflexões.

Em cartaz desde o último dia vinte e dois, Elementos, produção Disney/Pixar,  traz um reino encantado, chamado "Cidade Elemento", onde fogo, terra, ar e água vivem em harmonia. 

A personagem principal, Faísca, da família do fogo, é espirituosa e cheia de energia, e a história gira em torno da sua família e as dificuldades de adaptação e sua amizade com Gota, da família da água, um menino calmo e sensível. 

As diferenças extremas entre os protagonistas se colapsam até  entenderem que podem se unir e se equilibrar. Como em todas as relações, pode existir o equilíbrio, desde que ambos cedam e controlem seus ímpetos, e, principalmente, se aceitem. Elementos é uma linda história que chega a emocionar.

Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno

A animação Elementos remete a esse dito popular. Estamos vivendo uma era total da generalização, onde todos os assuntos são colocados como verdade absoluta: eu sou fogo ou eu sou água. Ou eu vou e detono a situação ou me retraio e não me posiciono, seja em qualquer cenário. Esqueço que a vida acontece, exatamente, no meio desses extremos.

Vamos fazer um apanhado da atualidade.
Parece que nada é feito para durar - roupas, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, relacionamentos. 

Antigamente os casamentos duravam mais, mas duravam por amor ou por passividade? Duravam porque havia respeito e paciência ou por interesses, inclusive financeiros, visto que a mulher dependia do dinheiro do marido para sua sobrevivência e de seus filhos? Muitos casais viviam infelizes, mas mantinham uma aparência social.

Hoje em dia, a mulher (ou o homem) determina quando irá se casar (se casar) e quando irá se separar, pois há pouca dependência para ser preciso aceitar certos comportamentos do parceiro.

Mas será que as relações precisam pontualmente serem drásticas e dissolúveis? Será que não é preciso um pouco mais de persistência, devoção, calma, autoconhecimento e resiliência na relação? Fácil julgar o outro, difícil se reconhecer.

Óbvio que nenhum dos envolvidos precisa tolerar abusos e agressões, contudo é necessário valorizar a pessoa que tanto faz por você, e amenizar o sonho da relação perfeita, pois entre água e fogo, sempre existirão faíscas e lágrimas; afinal somos humanos, e relações humanas são fonte de aprendizado e evolução.

Outro ponto é a fantasia do parceiro perfeito - perfeição não existe. O que existe é encantamento e boa vontade, paciência e parceria. Respeito e cumplicidade. Esses ingredientes se transformam em amor, naturalmente.

Por uma vida menos volátil

A vida, por si só, é efêmera. Não há controle sobre ela. Tudo ou nada pode acontecer. Contudo, seria possível as relações serem  menos breve e mais permanente? 

Mesmo que o amor e o respeito tenham se findado, pode restar a amizade. Se a amizade esfriou, pode restar o coleguismo. Não é necessário cortar o que pode ser desplugado, apenas. 

Cortar exige remendos para o conserto, enquanto um plug é apenas conectá-lo de volta.

A impermanência na vida não é representada somente por relacionamentos românticos, e sim, por todos os relacionamentos humanos. Não é necessário socializar, mas é bonito valorizar. 

O mundo está carente de valorização, pois existe notória diferença entre um carregador de celular de baixa qualidade e uma pessoa que te ajuda num momento de dificuldade. 

Existe clara diferença entre um tênis de segunda linha e uma parceira que cuidou de você enquanto estavam juntos. Nem tudo é descartável, nem tudo precisa ter um fim.

Sem generalizações, Elementos traz que sim, somos diferentes, mas, sim, existem adaptações.


Redação:

Silvia Delforno, psicanalista. 
"Ajudando você a viver de forma mais leve, com mais plenitude e realizações".
Sessões on-line e presencial.  
Informações: whatsapp - 11 971182440.




 
 
 
 
 
 
 


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