Os tempos mudaram. O clima mudou. Temperaturas elevadas, chuvas intensas, ventos fortes.

O sul do Brasil vem atravessando momentos difíceis com a mudança climática. O Amazonas enfrenta uma de suas piores secas. O litoral do sudeste mostra a força das marés. São Paulo virou a terra dos raios e ventos.

Se sobrar mundo, é necessário mudança. Mudança na projeção das cidades com cada vez mais ocupação do solo e falta de  escoamento das águas. 

Novas regras para empreendimentos imobiliários. Mudanças no comportamento das pessoas, que fingem não saber do poder da natureza e, quando ela mostra sua força, apenas como devolutiva de tudo que vem sendo feito faz décadas, coloca a culpa no planeta, sem responsabilizar-se pela sua parte no caos.

O ano de 2023 vai se findando como o ano mais quente da história, e se as temperaturas continuarem a subir como estão, ele também será o ano mais frio da vida de muitos. 

Pois a Terra está esquentando. Quem está nascendo agora irá se adaptar aos quarenta graus que vem se tornando normal, enquanto os mais velhos sofrem com o calor excessivo, podendo perder a vida.

O novo clima é a resposta da natureza a tudo que foi feito a ela. 

É preciso repensar, enquanto sociedade, a forma que vem sendo organizado eventos, para que outras pessoas não paguem pela falta de responsabilidade e visão coletiva de muitos. 

É preciso repensar a política pública para gerar segurança e bem-estar a população. 

Em 2022, a Nasa registrou um aumento de 1,2°C na temperatura em comparação à média dos últimos sessenta anos e os resultados são perplexos. Em 2022, a África registrou quarenta e três mil mortes ocasionadas pela seca na Somália. 

Em fevereiro desse ano, terremotos fizeram quarenta e cinco mil mortes na Turquia e na Síria. Também em terremoto, o Marrocos sofreu com três mil mortes. 

Em setembro desse ano foram mais de cinco mil mortes na Líbia, decorrente da tempestade tropical que devastou cidades. Itália e Espanha também sofreram com inundações. 

Em 2023 a China e os Estados Unidos registraram mais de 50°C

Esqueça o aquecimento global, ele ficou no passado. Estamos vivendo agora o período de ebulição global.

Piers Forster, cientista e presidente do comitê para as alterações climáticas da Inglaterra, declara que as mudanças climáticas estão de acordo com o esperado, levando em conta os últimos vinte anos. 

Explica também que a maior preocupação é com locais em que a temperatura e a umidade estão subindo ao mesmo tempo, o corpo não consegue fazer a transpiração, impactando no risco de vida. 

Cientistas concluem que, quanto mais a população estiver preparada para o novo clima, as consequências podem amenizar.

Plante árvores. Não desperdice comida. Faça mais refeições à base de plantas. Mude seu meio de transporte - bike, uber compartilhado, carro elétrico. 

Aprenda a pensar no coletivo. Repense seu consumo de energia elétrica. Repense seu consumismo. 

Quanto mais quente, mais venda de ar condicionado, quanto mais ar condicionado instalado, mais quente a temperatura. Pois o ar condicionado retira o ar quente do ambiente e joga "pra fora", deixando "pra fora" cada vez mais quente. 

Consegue entender? Fora a divisão social - quem tem melhores empregos, fica no gelado. Quem tem piores empregos, fica no quente. Aproveita o paradoxo do ar e repensa o paradoxo das classes sociais, é necessário.

Cientistas afirmam que a vida sobre a Terra está com os dias contados. Então, se sobrar tempo, tente ser um ser humano melhor. Todos temos a capacidade de sermos pessoas melhores.