Dezembro chegou!

Último mês do ano traz consigo emoções como alegria, tristeza, ansiedade e angústia.

Um conhecido site de notícias publicou uma matéria zodíaca com um dezembro tumultuado na política e nos esportes. Com excesso de autoconfiança e gastos desnecessários após o dia sete. Um mês onde o coletivo beira a euforia e reúne forças para driblar os problemas. Sem contar a culpa de algum planeta retrógrado, é óbvio.

Simplista demais para a leitura da realidade.

Esse dezembro é muito mais do que isso: na economia aguarda-se o décimo terceiro salário, sonhado pelo trabalhador o ano todo - pena que muitos pagarão contas e comprarão coisas supérfluas como uma forma de apaziguar as frustrações. No governo, a transição de mandato causa frenesi e medo do que virá no futuro próximo. Na vida é hora de juntar os cacos, avaliar as perdas e ganhos e se preparar para um ano novo que desponta.

Então é dezembro, e dezembro cheira panetone e chocotone, que cabe na dieta de todo mundo. Dezembro é o mês dos filmes e desenhos de Natal na TV e no streaming. Em dezembro as lojas e os centros comerciais se enfeitam. Em dezembro há comemorações, quando há o que se comemorar. Em dezembro há confraternizações, se existir clima para se confraternizar. É tempo de família, de abraços e felicitações. Tem mimos e presentes.

Mas o mês traz consigo, além do cheiro das padarias, a sensação de que o tempo passou e a gente só pagou boleto (dê graças se você conseguiu pagá-los). Se vão doze meses do ano de dois mil e vinte e dois, e o que a gente fez? Já sabemos que fizemos o que deu, mas o que deu preencheu o nosso vazio existencial?

Dezembro traz, além das altas temperaturas e chuvas pesadas, as decisões que deixamos de tomar, as escolhas erradas que fizemos, o pedido de perdão que não se concretizou, o amor que não foi correspondido e a amizade que se desfez por um post de viés duplo. Dezembro, além da roupa nova das festas, traz o desejo de comprar paz a qualquer preço - nem que a paz seja vendida no boteco da esquina.

No último mês do ano, com o espírito natalino se espalhando com o passar dos dias, as rusgas familiares parecem ganhar vida própria e ter ações impensadas que irão se refletir pelo novo ano. Dezembro é amor e ódio, misturado.

Se nas recordações de infância estiverem a montagem da árvore, os biscoitos, a casa da vó e a maionese com maçã, o desejo de repetir essas memórias prevalece. Mas se as recordações forem de desunião, brigas, desencontros, faltas e humilhações, bem possível que os sentimentos tristes se manifestem.

Seja como for a sua história de vida, faça do seu dezembro um mês leve, positivo e bem vivido. Se não houver uma família por perto, celebre com amigos. Se não houver amigos, distribua sorrisos e, se possível, bondade. Se não houver passeios, que haja bons momentos, dentro do seu gosto pessoal. Se não houver presente, que haja a sua presença. Se houver dor, procure por um profissional que possa ajudá-lo. Mas queira viver a magia do mês de dezembro: grandes centros têm muitas atrações. Assista o filme "A Fantástica Fábrica de Chocolate" quantas vezes desejar. Coma um bolo de nozes sozinho. Seja feliz.

Não há neve, não há renas nem trenós, mas dentro de você existe uma criança cheia do espírito de Natal. Permita que ela viva.