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Publicado em 19/04/2023

DESEJO OBSESSIVO - A MINISSÉRIE SOBRE A LUXÚRIA


Luxúria é o pecado da carne, a sede por prazer. E quando sai do controle, vira uma obsessão.

Dizia Rubem Alves, psicanalista e escritor, que o pecado da luxúria não mora nos genitais, e sim nos olhos. É um jeito de olhar.

E desejar. E não conseguir resistir. E obcecar. E se perder. 

Desde o último dia 13, está no catálogo da Netflix a minissérie Desejo Obsessivo, com quatro episódios numa única temporada. A série é baseada no romance "Perdas e Danos" da autora Josephine Hart. O enredo principal é a atração incontrolável entre um renomado cirurgião e a noiva de seu filho. Embora a história não seja das melhores, o que vem à tona é o comportamento obsessivo, esse complicado impulso.

Sobre a luxúria.

A luxúria é um dos sete pecados capitais e está atrelada ao pecado da carne. Vivemos numa sociedade sexualizada, com relações objetais, onde o parceiro ou parceira é visto como um objeto. A lascívia - descontrole da libido - conota o ser humano com instinto, apenas. E isso é irreal, um esposo que olha a esposa como uma boneca inflável está sendo cruel, visto que a mulher é um ser único, para amar, desejar e respeitar.

É preciso educar os filhos para que respeitem a sexualidade, algo que se tornou tão banal. É necessário dar-se o respeito, para então ser respeitado. A castidade ainda existe, mesmo que escassa. Faz-se fundamental trazer a pureza para as relações.

A luxúria é constrangedora, clandestina, envergonhada. Imune à razão. Contudo, ela existe. E como ela existe.
Luxúria vem de luxo, e o luxo é o excesso. O excesso de que?

De prazer.

Quando o prazer vira obsessão.

"Quando soube que estava obcecado, deveria ter se matado. Eu te enterrava e sobrevivia". (fala de Ingrid, esposa de William)

A obsessão é o início de uma persistência doentia sobre algo, ideia fixa, apego desmedido. Por vezes, necessidade do perigo. O obsessivo entra numa espécie de transe e não reconhece que possa estar causando o mal a outra pessoa. O mundo passa a girar em torno de algo ou alguém, sem limites, sem obstáculos, sem pudor. A fixação excessiva por qualquer coisa ou pessoa é altamente destrutiva, agregando em nada na jornada evolutiva. 

Não há limite no pseudo prazer obtido na obsessão, geralmente remetido a dor ou aos instintos mais primitivos e selvagens, então, quanto mais prazer, mais obsessão. Um perigoso caminho, pois a eminência de acontecer algo negativo é grande. Na série, o cirurgião não consegue sentir remorso pelo seu ato, mesmo que o infortúnio envolva sua família. A demonstração de como uma pessoa se transtorna quando obcecada é bem retratada. 

O obcecado cerca-se dos clichês "ninguém sabe", "ninguém viu", "impossível descobrir", "eu consigo sair dessa".
Porém o estrago é maior e a solução é procurar por ajuda e, por vezes, medicações para sair dessa bolha dominante. O vazio é o final da obsessão.

A finalidade da vida humana é a contemplação e a contemplação exige calma, tranquilidade, equilíbrio, harmonia e afetuosidade.



Redação:

Silvia Delforno, psicanalista. 
"Ajudando você a viver de forma mais leve, com mais plenitude e realizações".
Sessões on-line e presencial.  
Informações: whatsapp - 11 971182440.




 
 
 
 
 
 
 


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