A "Semana do Brincar" é parte integrante do movimento Aliança pela Infância; ocorreu entre os dias vinte e vinte e oito de maio com atividades em vários segmentos de ensino e experiências infantis. 

As inspirações do movimento se dão por meio da produção e disseminação de conhecimento, compartilhamento de saberes inspiradores, e por vivências significativas que valorizam o abcd da infância - aprender, brincar, comer e dormir. 

Essa é a base para uma vida plena, cheia de encanto, fantasia e alegria. Criança feliz é a criança que brinca.

A vida moderna e agitada vem gerando, faz um certo tempo, crianças ansiosas e egoístas, muitas depressivas e mimadas. 

Os pais, ou os responsáveis pela educação da criança, visto que são muitos os casos em que não há uma família como base, compensam as ausências e o pouco tempo dedicado ao crescimento do pequeno, e acabam confundindo o período infantil com alguma outra fase, entretendo a criança com o uso do celular - comprovadamente um grande gerador de problemas no médio e longo prazo.

Também há a liberação do consumo de açúcar pelos pequenos, que ainda estão com a dentição em formação. Outras ficam em casa, com pouco acesso a natureza e a luz do sol. 

E, principalmente, pouco incentivo para brincar - brincadeiras que estimulam o movimento do corpo, incitam o imaginário fantasioso, promovem o "ganhar e perder" como parte da vida e facilitam o convívio com outras crianças, quando possível. 

Sabemos o quanto pais e responsáveis lutam para dar uma vida digna aos filhos, mas é importante ter um tempo de qualidade com a criança. A infância é o seu início, por isso a importância de ser um período de estímulo ao desenvolvimento, cuidados e amorosidade.

Tomando por base o abcd - aprender, brincar, comer e dormir; você, adulto, anda brincando? Aprender, comer e dormir, acreditamos fazer parte do dia a dia de um adulto funcional, mas lembrar e permitir-se brincar, não são todos. 

Brincar é agir com leveza - jogar bola, não campeonato. 

Fazer mímica, não dancinha do tiktok. 

Pular amarelinha na rua e brincar de pular corda, e não pensar nas calorias gastas, e sim na felicidade alcançada com coisas tão simples. 

Isso é o que nos diferencia da criança - ela não se cobra, apenas brinca.

Cria seu castelo, seus monstros e heróis, mas quando vê uma maçã, quer comê-la, e a fantasia já é substituída pelo gosto azedinho da fruta.

Brincar de viver não é levar a vida sem responsabilidade, e sim, viver a vida com mais leveza. Numa realidade onde todos pensam em ganhar, adquirir e usufruir, é preciso repensar a essência desta questão: o quanto é o suficiente para eu ter uma vida digna e confortável, mas que eu possa ter mais tempo para mim e para os meus? 

Cansamos de ouvir histórias de beira de leito de hospital, pedindo para o tempo voltar e fazer diferente, pena que a vida não permite retrocesso, apenas avanço. Por isso, cada fase precisa ser vivida de acordo com a fase, para que não haja lacunas futuras.

Brincar de viver também está atrelado ao efgh - esperança, felicidade, generosidade e honra. Viver pode ser uma grande brincadeira no animado picadeiro da vida.