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Publicado em 08/11/2023

A VOCÊ, SHANI LOUK


Ela morreu jovem e foi exposta ao mundo de forma cruel. Ela era feliz e amava viver

Shani Louk estava com vinte e dois anos. Era adepta de dreadlocks, tatuagens e música eletrônica. Num sábado de outubro, ela estava no Festival Nova, no feriado de Sucot - a festa das tendas, celebrando as colheitas e o início do outono em Israel. Os irmãos que planejaram o festival queriam celebrar "a amizade, o amor e a liberdade infinita".

Liberdade infinita que foi aniquilada pela ação do homem, que, em sua palavra, agiu de acordo com Deus. Não conseguimos encontrar Deus nas barbáries cometidas no festival de música que abrigava, em tendas, mais de três mil pessoas. Erro de quem programou a localização do evento? Erro de quem nasceu judeu? Erro de quem nasceu palestino? Erro de quem estava se divertindo?

Shani tinha nacionalidade alemã-israelense, era tatuadora e DJ. Ela tinha sonhos e sede de vida. Bruna também tinha. Celeste e Karla também. Shani foi exibida ao mundo, desacordada, provavelmente sem vida, com ossos quebrados, como um troféu - tinha aparência europeia, era jovem e livre. 

Parte de seu crânio foi encontrado nas redondezas do evento, confirmando sua morte. Em entrevista, sua mãe se diz conformada pelo fato da filha já estar morta quando foi torturada e abusada, portanto pouco sofreu, nas palavras doloridas de uma mãe. Seu sepultamento, não se sabe se um dia acontecerá, seu corpo ainda não foi encontrado.

Não cabe nesse artigo a discussão exaustiva e de longa data sobre a terra sagrada de Israel. Contudo, por amor a Shani e aos mais de dez mil mortos na guerra entre Israel e Hamas, iremos falar sobre vida.

Bruna Valeanu era carioca e morreu aos seus vinte e quatro anos. Estava dançando numa vibe de amor, com outros jovens, quando foi assassinada em nome da ideologia de outras pessoas. 

Loira de olhos claros, Bruna tinha nacionalidade brasileira-israelense, tinha sido instrutora de tiro em Israel, era estudante e morava com sua mãe e irmã. 

Para garantir a tradição do judaísmo de no mínimo dez pessoas para orações, foi feito um apelo em rede para que as pessoas acompanhassem seu funeral. Sim, Bruna, eu queria te contar que uma multidão esteve presente na sua despedida. Sim, você era vida e todos sentimos muito sua partida.

Karla Stelzer Mendes era brasileira, apaixonada por capoeira e pelo Botafogo, alegre e educada. Fazia dez anos que Karla morava em Israel com seu namorado, Gavriel. Ambos foram mortos pelo Hamas. Ambos tinham vida, eram alegres e estavam se divertindo. Você buscava novas oportunidades, Karla, e muitas coisas boas aconteceram na sua vida.

Celeste Fishbein, filha e neta de brasileiros, era babá e trabalhava em uma comunidade rural. Celeste tinha dezoito anos. A israelense não estava na festa, ela estava na casa do seu namorado, próximo a Faixa de Gaza. Foi sequestrada pelo grupo extremista e morta. Celeste, você era muito bonita e sua família sente muito por sua partida tão precoce.

Shani, hoje eu e todas as mulheres que se conectam numa egrégora de sororidade sentimos por tudo que foi feito a você. Continuaremos dançando e celebrando a vida em sua homenagem. 

Difícil entender homens, poder e religião, somado a muito ódio, porém fácil entender seu amor ao mundo. Talvez você não estivesse na hora e lugar errado, mas sim, no espaço errado. O céu é livre, dance.




Redação:

Silvia Delforno, psicanalista.
"Ajudando você a viver de forma mais leve, com mais plenitude e realizações".

Sessões on-line e presencial.  
Informações: whatsapp - 11 971182440.












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