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“Em poucos anos, teremos um número muito grande de jovens com problemas de perda auditiva! E o motivo? O uso errado e excessivo dos fones de ouvido!” Foi assim que a palestrante começou a apresentação que assistí há poucos meses. Sua afirmação logo me fez pensar nos meus filhos adolescentes, que como muitos outros jovens, não saem de casa sem deixar a mostra o fiozinho de seus fones de ouvido. É na minha opinião um tema que merece grande destaque uma vez que muitas pessoas desconhecem a gravidade deste problema – a precoce Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR), neste caso, pelos fones de ouvido.

Todos os dias vemos nas ruas, mais e mais pessoas usando fones de ouvido ligados aos seus aparatos tecnológicos, sejam eles celulares, MP3 ou Ipods. Os modelos, tamanhos e cores são os mais variados. Moda? Estilo? Pode até ser! Concordo com o fato de que a música é uma grande companheira e fonte de prazer e até inspiração e que somos uma geração que tem o privilégio de poder carregá-la para onde quisermos. Porém, a forma como os fones vem sendo utilizados, é que não está muito correta!

Sem entrar em muitos detalhes sobre a fisiologia da audição, o importante aquí é sabermos que as células nervosas localizadas no ouvido interno, quando lesionadas, neste caso, pela excessiva exposição ao ruído proveniente dos fones de ouvido, não se recuperam. Ou seja, o indivíduo, ao longo do tempo de exposição, vai perdendo a sua acuidade auditiva, e esta perda é irreversível e definitiva. Um sintoma típico relacionado a este quadro, é o zumbido ou tinitus nos ouvidos ou na cabeça, além da dificuldade em ouvir o outro ou escutar a televisão em volume baixo.

Outro tipo de perda auditiva causada pela exposição ao ruído diferente desta que acabei de citar, é a perda auditiva temporária, aquela que ocorre quando vamos a um show de rock ou a algum lugar com música muito alta (ruído de aproximadamente 110 decibéis). Após o descanso e repouso auditivo de 10 a 14 horas, a nossa audição volta ao normal, por isso, é temporária.