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Publicado em 27/03/2014

A OBESIDADE

E AS EMOÇÕES


Uma grande parte da população brasileira sofre pela questão da obesidade e todos os grandes preconceitos nela envolvidos. Desde a mais tenra idade, o preconceito e as grandes dificuldades de superação estão presentes. Desagradáveis episódios podem se iniciar desde a fase escolar, se prorrogar por toda vida familiar, acadêmica, profissional e social.
Essa questão é vivida por todas as camadas sociais, todas as faixas etárias e em vários países do mundo. A hereditariedade é apontada como um fator preponderante, mas aqui vamos observar o quanto o fator emocional também pode influenciar.

Pessoas obesas se queixam constantemente de um grande desconforto, não somente em relação ao peso que se aloja no corpo físico, mas também de um peso difícil de lidar, de suportar, muitas vezes descritos por um peso no peito, um nó na garganta, uma forte pressão na cabeça. Tudo isso obviamente pode fazer parte de um quadro clínico que deve ser avaliado, mas aqui penso na tradução de grandes emoções, manifestadas num corpo que sofre.

Sentimentos contidos não expressados podem causar grandes frustrações, ansiedades, medos e outros sentimentos que não são compreendidos. Veremos mais adiante como a ligação desses sentimentos podem repercutir na questão da obesidade.

O ato de se alimentar foi observado por diversas correntes da psicologia. O bebê ao sentir fome, se expressa com sua forma rudimentar de se comunicar, o choro, ao chorar recebe o leite materno ou a mamadeira, a sensação de desprazer causada pela fome é amenizada pelo ato de mamar e se acalmar. Começa então a associação do comer para amenizar as angústias, os problemas.


No decorrer da vida, ocorrem muitos conflitos individuais, familiares, profissionais, perdas de pessoas queridas, emprego, rupturas de relacionamentos, o estresse do dia a dia. As pessoas em geral buscam alguma válvula de escape para driblar o desconforto e o desprazer, algumas procuram substâncias tóxicas, bebidas, jogos, compras, a pessoa obesa costuma se apegar na satisfação momentânea e repetitiva do comer em demasia denominada compulsões.

Na vida adulta, após a ingestão de alimentos em excesso é comum por parte de quem sofre pela obesidade, sentir-se culpado e surgirem sentimentos de auto depreciação, pois não é mais o sentimento de prazer que prevalece e sim sentimentos de culpa, impotência por não conseguir mudar a situação.


Existem muitos hábitos familiares que reforçam muito uma associação inconsciente do afeto com a comida, um exemplo clássico são as premiações de carinho, sorrisos e elogios quando a criança come tudo que é oferecido, a principio fica óbvio a necessidade de se alimentar e a demonstração de satisfação dos pais, porém podem surgir, dependendo de cada indivíduo carências e necessidades através do ato de comer demais.


Muitos pais também sem perceber associam a imagem de bebês saudáveis e bonitos a crianças gordinhas, outros só conseguem expressar o afeto através de ato de oferecer comidas suculentas ao longo da vida de seus filhos.


Para se ter sucesso e aos poucos tentar transformar e melhorar a situação de lidar com a questão de ser acima do peso, pensar positivamente e reciclar o estilo de vida, pode trazer a vida um novo desafio e sabor. Que tal pensar e transformar a difícil tarefa de um controle alimentar e uma dieta, numa aliada e não num inimiga que só traz mal estar e dissabores?


Hoje em dia já existem muitas opções que integram as pessoas obesas e sobrepesos dentro dos diversos segmentos da sociedade, mas fica declarado o quanto ainda existe de discriminação. O fato de existirem lugares especiais em coletivos, assentos especiais em lugares públicos, roupas especiais, valorização de modelos plus size, não é suficiente para emocionalmente elevar a autoestima de quem convive com as dificuldades de ser obeso em nosso país.


Continua sendo necessário divulgar a importância, meios e locais onde tais pessoas possam depositar suas angústias, mágoas e tristezas pois o sofrimento pelo preconceito, o bullying e a insatisfação com o próprio corpo, podem originar conflitos que se não forem tratados irão gerar inúmeras doenças e desequilíbrios emocionais e físicos.


O descontentamento com a vida, a falta de objetivos e sucesso, também são os grandes vilões que podem acionar processos da obesidade, algumas pessoas podem ter vivenciado traumas que geraram a compulsão do comer. Enfim, em qualquer que seja a circunstância, deve haver o cuidado e a necessidade de tratamento. Muitos casos chegam a extremos gerando a obesidade mórbida que limita a locomoção, causa doenças graves e pode chegar ao óbito quando não cuidada a tempo.


O importante é detectar quais são os motivos que desencadeiam a ansiedade exacerbada, cada indivíduo é único, não podemos generalizar.



Fique atento a algumas principais medidas a serem observadas:

- Procurar os profissionais corretos para obter o auto conhecimento e expor suas emoções;
- Fazer acompanhamento médico regular;
- Nunca fazer dietas aleatórias que possam trazer danos e maiores prejuízos a saúde e a qualidade de vida;
- Consultar profissional na área nutricional para manter uma dieta equilibrada;
- Fazer avaliação endocrinológica regularmente;
- Mudar hábitos alimentares e ter atenção na manutenção;
- Fazer exercícios físicos regulares que sejam prazerosos.



A opção pela cirurgia do estômago embora seja a alternativa de muitas pessoas, também exige cuidados e acompanhamento psicológico, pois são grandes mudanças que irão ocorrer no emocional e no corpo, a falta de preparo e decisões precipitadas muitas vezes podem trazer consequências graves e trazer mais transtornos do que soluções para os obesos.

Pensar negativamente e achar que não há solução, é uma característica acentuada de quem quer diminuir o peso e não consegue. Reverter a situação, iniciar um processo de autoaceitação é um grande desafio que vale a pena tentar. Compreender o que ocorre, exercitar a paciência consigo, saber lidar melhor com a situação é o início de um caminho.

O assunto é muito profundo e detalhado, aqui dei apenas pequenas pinceladas no sentido de alertar e trazer reflexões, caso queiram maiores informações fico a disposição.

Até a próxima! Mandem opiniões, e/ou sugestões.
Forte abraço.


Claudete J. Silva Colunista de Saúde e Comportamento
Psicóloga Especialista em Clínica e Psicossomática
Tels: (11) 5594-2639 | (11) 99626-4832



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