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Publicado em 10/03/2014
CONECTADOS COM O MUNDO VIRTUAL.
E COMO FICA O REAL?
Olá! Hoje estarei abordando um tema muito atual, a conexão com a mídia, redes sociais e inúmeros recursos disponibilizados e acessados por diferentes pessoas e classes sociais.
Há muito tempo atrás quando surgiram os primeiros computadores e celulares, considerados novidades, causavam espanto pela enorme quantidade de informações e aplicativos que abriam as portas para o acesso ao mundo. Foram desenvolvidos chats, blogs, fóruns, murais e mais uma série de possibilidades de comunicação. Rapidamente pode-se perceber que foram se ampliando os acessos aos contatos pessoais, profissionais e os desafios ao próprio intelecto também. Surgiram cada vez mais possibilidades de reencontrar velhas amizades, conhecer pessoas e se integrar com novos grupos.
Nesse momento, entro na questão do mergulhar nesse mundo - as emoções positivas e exacerbadas que o rodeiam, o ficar dependendo exclusivamente dele no cotidiano, deixando de usufruir antes de mais nada, a possibilidade de entrar em contato consigo, com o significado de suas emoções e com o interagir pessoal e real. Podemos observar que algumas emoções ficaram congeladas e substituídas por outras mecânicas que envolvem o estar distante e ter relações fortuitas, instáveis, flutuantes.
Hoje, é comum percebermos que tanto as crianças como os adultos tidos como coerentes em tudo que fazem, ficam mergulhados no mundo virtual como se fosse uma parte de si mesmo, criando algo que nem se pode perceber: a dependência total do mundo virtual, deixando de lado a construção de projetos que impulsionam a vida e os propósitos de viver.
É bem comum hoje em dia ver amigos e familiares se reunirem para um almoço, jantar, ou happy hour, interromperem uma conversa para atender o celular ou responder um sms, ou mães que chamam os filhos e maridos para vir para mesa pelo computador ou celular estando na mesma casa.
Nesse momento, retomo nosso foco: os sentimentos e emoções que ficam perdidas dentro desses novos hábitos e costumes, o quanto se reduz profundamente aquelas agradáveis sensações, olhos nos olhos ao contar o que ocorreu no dia, troca de ideias e informações, a sensação de um abraço, um aconchego que são revertidos em sentimentos de verdadeiro bem estar. A solidão é outro sentimento presente e que faz parte da vida de muitas pessoas de todo planeta. Dentro do mundo dos chats, sites de relacionamentos, cada vez mais aumenta o número de pessoas que o frequentam por horas a fio e tentam "ser", "perceber" ou preencher um vazio; ideais não conquistados no mundo real.
Algumas pessoas optam por esse recurso por não acreditarem em si e em suas capacidades para ser aceitos e aceitar o outro como ele é. Outras fazem essa escolha por serem tímidas e se acharem incapazes de exercer suas condições de conquistar, de serem bem quistas e aprovadas no meio em que vivem. Acontece com frequência, amizades e relações fictícias que podem com o decorrer do tempo, gerar frustrações, raiva e expectativas elevadas de si e dos outros. Existem inúmeros casos que vão além do virtual, se transportam para o real, alguns bem sucedidos, mas outros podendo gerar risco de integridade física ou qualquer outro, por não se saber exatamente com quem se está interagindo de fato.
Também podem ser gerados alguns traumas pelo fato de muitas pessoas estarem carentes e/ou fragilizadas se entregarem e mergulharem de cabeça nas relações e sentimentos que geram frustração e/ou raiva, quando confrontados com fatos reais. Por esses motivos brotam muitos sentimentos nem sempre entendidos e avaliados. Alguns podem até gerar diferentes níveis de depressão.
Nos pais de adolescentes também são gerados sentimentos de preocupação, ansiedades e medos, alguns ficam em estado de alerta o tempo inteiro, outros se acomodam achando que é apenas uma distração do filho não exercendo a função de orientador, esclarecedor.
Interessante observar o alto grau de fantasias, sentimentos e comportamentos que acontecem nesses ambientes em geral. Através do anonimato, muitas pessoas interagem mascarando personalidades reais. As fantasias de ser alguém diferente do que realmente se é, vivenciar um papel não existente, poderá fazer emergir sentimentos de poder exarcerbado, agressividades e outros, de acordo com cada situação. Muitas pessoas só possuem mesmo a intenção de relações virtuais - se fecham e se protegem. Neste caso, existem inúmeras razões para que isso aconteça, podendo ir desde uma simples timidez e dificuldade de aproximação, medos, inseguranças, total insatisfação consigo, baixa autoestima, até a possibilidade de se fechar e se proteger de supostos envolvimentos reais. Outras se expõem excessivamente com imagens, informações que futuramente poderão causar danos.
Algumas medidas são importantes para dosar e equilibrar a permanência em ambientes virtuais sem causar malefícios, vícios, ou riscos desnecessários. Cada um deve observar o que é excesso, os custos e os benefícios.
Obviamente não quero desmerecer o quanto o acesso a internet é benéfica e importante. Somente quero relembrar que entender e poder falar de suas sensações e sentimentos de maneira presencial não pode ser substituído pelo virtual. Esse meio veio só para agregar e então, ser usufruido de maneira equilibrada.
Até a próxima! Mandem opiniões, e/ou sugestões Forte abraço.
Claudete J. Silva Colunista de Saúde e Comportamento Psicóloga Especialista em Clínica e Psicossomática Tels: (11) 5594-2639 | (11) 99626-4832 https://psiclaudetesilva.com.br

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