O mundo todo está vivendo uma pandemia jamais imaginada, repentinamente medidas de prevenção foram tomadas, algumas subestimadas por pessoas incrédulas que tiveram que se render e se submeter diante dos perigos da contaminação.
O isolamento social, sempre existiu de maneira velada, através do preconceito de cor, de idade, orientação sexual, classes sociais e outros. A vivência no mundo atual, que questionava a permanência exagerada nas redes sociais, passou a ter o virtual como um recurso de comunicação.
A necessidade do afastamento físico nos contextos sociais, profissionais, familiares e acadêmicos, fez com que as emoções ficassem ainda mais afloradas a ansiedade, medo, insegurança, angústia, síndrome do pânico depressão, outros transtornos e inúmeras somatizações. Muitas pessoas ficando desorientadas sem saber qual caminho seguir.
Em meio ao caos, podemos como em todas as situações ver o lado bom, exercitar a paciência, reavaliar a convivência com familiares e amigos. O aprendizado do se cuidar e cuidar do outro, seja ele quem for, mesmo o desconhecido.
A solidariedade mais do que nunca, passou a ser praticada. Ao mesmo tempo, o isolamento, abre um espaço para união, para pensar que falta que faz um abraço, um carinho que se tinha e mal se percebia. Muitos casais passaram a se olhar mais, outros perceberem intransigências, aumentando as discussões. Mudanças de comportamentos estão ocorrendo dia a dia, importante refletir e poder melhorar.
Manter a mente ocupada, sair do foco da dificuldade, ouvir música, ver filmes, fazer contatos esquecidos e novos, manter exercícios, viver um dia de cada vez, são recursos para trazer leveza e paz interior. Estar melhor consigo, compreender e aceitar a situação, podem colaborar para atravessar a crise e lembrar que irá passar.
Acredito que nada aconteça por acaso, nesse momento, dá para perceber também a necessidade de atenção com os idosos. O risco eminente de perigo de contágio, traz o medo da perda, afinal quem são essas frágeis pessoas que ao envelhecer, foram privados do ir e vir, da presença e carinho dos netos, além serem rotulados de teimosos por não se conformarem em deixar de dar uma saidinha.
Agora é hora de muitos filhos, perceberem que com agressividade e autoritarismo, para mante-los em isolamento, torna tudo ainda mais difícil, pois precisam de compreensão. A sensação de não poder ter atividade, para muitos traz a sensação de inutilidade que pode se aprofundar ocasionando uma depressão.
Não podemos deixar de pensar também, na angústia e solidão dos idosos em casas de repouso, muitos abandonados, e outros que nem podem receber visitas. Quantos deles já estavam em isolamento por falta de atenção muito antes da pandemia?
Mães e pais, se aproximaram mais da realidade de seus filhos, a correria do dia a dia não permitia que isso ocorresse, agora o filho pode ser o foco das atenções, muitas brincadeiras vieram a tona, algumas crianças se sentindo mais felizes, apesar de também estarem isoladas do convívio com a escola e amigos. Adultos que agora podem se transportar para o mundo infantil e de verdade interagir.
A necessidade de lidar com limites, para muitos passa a ser um enorme sofrimento, principalmente para que aqueles que possuem uma baixa tolerância a frustração, de repente está sendo preciso parar.
Muitos danos e prejuízos, mas também o resgate ou a conquista de muitos valores, dessa vez no que diz respeito do crescer nos ideais, nas atitudes, na esperança de um mundo melhor.
Esse tempo de isolamento, também está nos trazendo a possibilidade de ficarmos com nós mesmos, uma oportunidade de entendermos melhor a resiliência, do se colocar e respeitar o lugar do outro do jeito que ele é. Dentro de cada um pode existir grande sabedoria. Se for preciso, procure ajuda profissional para compreender melhor e lidar com as mudanças repentinas do momento.
Abraço!
Fico a disposição para dúvidas e/ou sugestões.
Claudete J. Silva Colunista de Saúde e Comportamento
Psicóloga Especialista em Clínica e Psicossomática
Atendimento presencial e on-line
WhatsApp: (11) 9 9626-4832
https://psiclaudetesilva.com.br
e-mail: claupsi.js@gmail.com
Instagram: claudetejovinianopsicologa
Compartilhar
_12-8-2014_1422.png)
