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Publicado em 29/05/2015

CULPA:

UM SENTIMENTO QUE PARALISA

Quem já não se sentiu culpado por algo que não deu certo, que atire a primeira pedra! Essa forma popular de expressão, traduz uma realidade presente no cotidiano. Podemos pensar que em algum momento da vida, praticamente todas as pessoas se sentiram culpadas por algo concreto ou imaginário.

A culpa é um sentimento que pode ser observado desde a infância. Quando recebemos através da educação e inclusão social, conceitos que determinam regras, normas e ética, começamos a introjetar noções do certo e errado. A partir disso, vamos aos poucos tendo e sofrendo ações que nos conduzem a culpabilização.

O julgamento de um tribunal pode ser severo e condenar a uma pena máxima. Sentimentos de culpa podem gerar uma autocondenação e uma culpabilização que para algumas pessoas pode ser sentida como irreversível, dependendo da intensidade que essa culpa se instala.

Os motivos que um sentimento de culpa pode emergir podem ser inúmeros:

- Filhos que se culpam pela separação dos pais, 
- Pais que se culpam pelo comportamento inadequado dos filhos e filhos que culpam os pais por suas dificuldades,
- Pessoas que se culpam por não serem bem sucedidas com o sexo oposto ou profissionalmente,
- Mulheres que se culpam por não terem tido filhos ou por não terem sido boas mães,
- Pessoas que possuem relacionamentos extraconjugais,
- Obesos que se sentem culpados por não conseguirem emagrecer. 

Enfim são muitas as questões que podem envolver sentimentos de culpa.

Podemos refletir e destacar mais algumas situações corriqueiras:

Em uma separação de casal, a culpa pode tomar conta de ambas as partes, ou mais intensamente de um dos cônjuges, mas comumente a culpa passa a ser sentida pelo relacionamento não ter ido adiante.

Quando se tem filhos, muitas vezes, a culpa do casal pode tomar um vulto ainda maior, não permitindo a abertura para novas oportunidades de relações. Embora a vida atual exija a formação de novas famílias e novas ideias, muitas famílias separadas quando não equilibradas, podem cultivar e manter o sentimento de culpa em vários dos seus membros, causando desavenças e rupturas severas.

Costuma ser muito comum também, pessoas que perdem entes queridos se sentirem culpadas por acharem que não disseram e  não fizeram tudo que deveriam enquanto conviveram com quem perdeu. Como é uma situação que não tem volta, isso pode ser um sofrimento permanente, caso a pessoa não procure entender.  

As perdas sempre trazem de maneira profunda as lembranças e, nesses momentos costuma-se recapitular momentos vividos. A sensação de ter tido falhas, faz surgir de maneira profunda o sentimento de culpa. Se isso não for dissipado após o período de luto, que gira em torno de um ano, passa a ser preocupante e necessita de ajuda profissional.

A culpa também surge não só pelo que se fez e se achou inadequado, mas também por decisões que deixa ou deixou de tomar por medo de não dar conta, insegurança, frustração por tentativas sem êxito de algum projeto de vida.

A culpa está presente em vários aspectos da vida: pessoal,  profissional, familiar, educacional e é um sentimento que pode ser camuflado por outros. Algumas pessoas se tornam retraídas, outras agressivas e não querem pensar muito no sentimento de culpa, embora o sintam permanentemente.

Quando mencionei sobre a culpabilização real ou imaginária me referi a questões em que as pessoas se sentem culpadas sem serem, criam para si uma pesada carga de angústia e muitas vezes são invadidas por medos e ansiedades por não saberem o que fazer.

O sentimento de culpa, pode a curto, médio ou longo prazo causar somatizações e consequentemente doenças gástricas, cardiológicas, dermatológicas entre outras. Muitas vezes, a culpa não é entendida por quem sente, apenas gerando um sentimento permanente e inexplicável.

Cada caso é muito específico, não é possível generalizar e dizer que quem sente-se culpado é por um mesmo motivo, mesmo que sejam circunstâncias similares, cada história tem um conteúdo e deve ser investigada detalhadamente.

O pedido de desculpas que é tão comum em alguns momentos da vida, pode retratar a necessidade que se tem de se esvaziar o sentimento de culpa. Tentem imaginar alguém que sente que cometeu algo grave e fica com esse sentimento contido por dias, meses ou anos, causando uma angústia, um desconforto contínuo.

A busca de ajuda profissional através da psicoterapia, auxilia cada pessoa individualmente, no sentido de promover a descoberta do que a faz se sentir culpada. Dessa forma e aos poucos pode-se entrar em contato com esse sentimento, que causa tanto sofrimento e que se não for devidamente cuidado, pode paralisar grandes e importantes decisões em todo decorrer da vida.

Entrar em contato com sensações e sentimentos desconhecidos, em um primeiro momento pode desencadear medos e preocupações. Muitas pessoas se paralisam diante da possibilidade de não dar conta de conhecer a si mesma, porém, o autoconhecimento é um recurso importante para saber lidar melhor consigo e com as circunstâncias que a vida traz.

Esse processo pode descobrir situações paralelas que também estejam permeando o sentimento de culpa. Dessa forma, acredite que você pode enfrentar situações que parecem intermináveis e causam um sofrimento atroz, elimina-las, minimiza-las é trazer para si e as pessoas do seu convívio uma qualidade de vida mais saudável! Pense nisso!


Fico a disposição para dúvidas e sugestões.


Grande abraço


Claudete J. Silva Colunista de Saúde e Comportamento
Psicóloga Especialista em Clínica e Psicossomática
Tels: (11) 5594-2639 | (11) 99626-4832




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