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ALIMENTAÇÃO NOS DIAS DE HOJE



A forma de se alimentar do brasileiro passou e ainda passa por várias transformações.


Desde a época do fogão a lenha, onde a matriarca passava horas preparando refeições para a família, até as facilidades que o forno micro-ondas hoje nos proporciona, a maneira de se alimentar mudou bastante.

A mulher largou o fogão para conquistar sua independência financeira, a migração da população rural inchou as cidades, o que acarretou longas distâncias entre o trabalho e a moradia, e a evolução agroindustrial passou a oferecer desde verduras já higienizadas até diversas opções de pratos prontos.

As refeições fora de casa, que antes eram um acontecimento eventual, hoje são uma prática comum das famílias, e não apenas durante as jornadas de trabalho. Nos fins de semana, é fácil notar que passeios em shoppings incluem, invariavelmente, uma parada na praça da alimentação.

Paralelamente, cresceu muito a oferta de restaurantes por quilo, o que tornou a refeição fora do lar um hábito até em pequenas cidades do interior, onde ainda há muitas famílias que têm no trabalho do homem a sua única fonte de renda.

Essa forma de alimentação também alterou o costume familiar de sentar seus comensais junto à mesa para partilhar da mesma refeição.

Estaria a comensalidade humana extinta ou ameaçada por seus novos hábitos de refeição rápida?

Não. E felizmente, na minha opinião.

Apesar de toda essa transformação na atual maneira de se alimentar, pode-se perceber, hoje em dia, que o hábito de comer em conjunto e o prazer de fazê-lo não desapareceu. Pois em meu restaurante eu observo, todos os dias, as pessoas interagindo durante a refeição, mesmo aquelas que chegam sem companhia.

Permanece, portanto, o prazer de dividir com alguém o momento da refeição e de exercer camaradagem à mesa. Em festas, banquetes e recepções também se percebe, claramente, que permanece a necessidade do ser humano de compartilhar a experiência de comer em conjunto e agregar a ela um ritual de sociabilidade.

Por outro lado, a automatização do ato de comer, que ocorre especialmente em fast foods, tem gerado movimentos contrários, como o chamado Slow Food.

Com sede internacional em Bra, Itália, o movimento Slow Food é uma associação sem fins lucrativos, fundada como resposta aos efeitos padronizantes da alimentação rápida, e que opera mundialmente junto de instituições internacionais como a FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação.

Aqui, temos o Slow Food Brasil, com a mesma filosofia: “Para um verdadeiro gastrônomo é impossível ignorar as fortes relações entre prato e planeta. A forma como nos alimentamos tem profunda influência no que nos rodeia – na paisagem, na biodiversidade da terra e nas suas tradições.”

Paralelamente a essa filosofia, há, hoje em dia, uma crescente preocupação com a saúde, fato que também demonstra uma reação da sociedade contra a ideia de que a refeição deve ser feita rapidamente e sem a preocupação com o que se está ingerindo, seu sabor e efeitos no organismo.


E reforçando essa reação, temos a oferta de alimentos orgânicos, que recentemente aumentou no Brasil.

Segundo o Portal Orgânico (http://www.portalorganico.com.br), esse tipo de alimento não é somente “sem agrotóxicos” como se veicula normalmente. Ele também é isento de adubos químicos, drogas veterinárias, hormônios, antibióticos e de organismos geneticamente modificados. E, durante seu processamento, não recebe radiações ionizantes (que produzem substâncias cancerígenas, como o benzeno e formaldeído) nem aditivos químicos sintéticos, como corantes, aromatizantes, emulsificantes, entre outros.

De acordo com a Legislação Ambiental Brasileira de 2007, a Agricultura Orgânica tem, dentre seus objetivos, a oferta de produtos:

saudáveis e de elevado valor nutricional;
isentos de qualquer tipo de contaminantes que ponham em risco a saúde do consumidor, do agricultor e do meio ambiente;
o respeito à integridade cultural dos agricultores;
a preservação da saúde ambiental e humana.

A princípio, os alimentos orgânicos estavam disponíveis, e a preços bem altos, apenas em grandes supermercados e feiras pouco conhecidas. Até que o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) lançou em seu site, em dezembro de 2012, uma ferramenta de busca rápida, que mapeia e cadastra as feiras orgânicas e os grupos de consumo responsável de todo o Brasil.

Acessando http://www.idec.org.br/feirasorganicas, as pessoas interessadas podem digitar sua localização e encontrar os locais de venda mais próximos, assim como informações de horários de funcionamento e tipos de produtos que lá se oferece.

Uma ótima ideia para quem se importa com a qualidade de sua alimentação e está ciente de que suas escolhas afetam o meio ambiente.


Na Vila Mariana você encontra, através do “Mapa de Feiras Orgânicas e Grupos de Consumo Responsável” do Idec:

• Feira de Produtos Orgânicos e Agricultura Limpa
Rua Curitiba, 292 – aos sábados, das 7h às 13h

• Feira Orgânica Ibirapuera
Rua Tutoia, 1125 - aos domingos, das 7h às 12h



Rosangela Cappai
Colunista de Gastronomia
Com redação de Marília Muraro

04/04/2013


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