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Publicado em 13/06/2018


A QUESTÃO DOS AGROTÓXICOS

Na hora de comprar alimentos frescos, as dúvidas sobre a questão dos agrotóxicos aparecem.

Não há rótulo para informar quais substâncias químicas foram usadas no plantio e manejo dos vegetais que a gente encontra em mercados, feiras-livres e quitandas. 

Lógico que isso não acontece se você estiver comprando frutas, legumes e verduras em um local de produtos orgânicos.

No sistema de produção orgânico não entram agrotóxicos sintéticos, transgênicos ou fertilizantes químicos. Mas, veja bem: em termos nutricionais, não há evidências científicas de que os produtos orgânicos sejam superiores aos da agricultura convencional. 

Então, se a feira de orgânicos está fora de mão, muito distante de sua residência ou além de seu orçamento, não pense que você está comprando menos nutrientes para sua família.

Mantenha suas escolhas de nutrição saudável, mas considere alguns parâmetros para decidir a compra de vegetais dessa agricultura convencional.  E, na sua cozinha, é muito importante que você utilize técnicas eficazes de higienização, para diminuir os efeitos nocivos dos agrotóxicos.

Vale lembrar que os vegetais orgânicos também precisam ser higienizados.  Porém, apenas com a etapa de lavagem em água corrente. Porque durante o armazenamento, podem ter sido borrifados com pesticidas naturais ou ter recebido insetos. 


Mas o que é agrotóxico mesmo?

Agrotóxico é toda substância química formulada para defender plantações de insetos e pragas.

Tem sua origem na Primeira Guerra Mundial, quando algumas substâncias foram criadas em laboratório com o propósito de funcionarem como arma química. E foram largamente utilizadas também na Segunda Guerra Mundial.

Depois do teste das guerras mundiais, muitos países criaram programas de produção de armas químicas.

Paralelamente, o princípio dessas armas químicas começou a ser utilizado para fazer defensivos agrícolas. Passaram a se chamar fitossanitários ou agrotóxicos e começaram a ser usados como ferramentas indispensáveis para os agricultores se defenderem de pragas que poderiam arruinar suas plantações. O objetivo, então, era produzir nutrientes em grande quantidade para que bilhões de humanos pudessem se alimentar. 

O maior motivo de preocupação com o uso (principalmente o abusivo) dos agrotóxicos na lavoura é o fato de eles atingirem, também, outros seres, como abelhas, minhocas, outras plantas e os seres humanos.

Nos humanos, a intoxicação por agrotóxicos pode ocorrer de forma direta, nos trabalhadores que manuseiam e aplicam esses produtos, ou indireta, pelo consumidor quando ingere alimentos contaminados. Sua ação na saúde humana costuma ser nociva e até mesmo fatal. 

Além disso, o uso de agrotóxicos também afeta negativamente o meio ambiente. Altera as características naturais do solo, o clima, a fauna e a flora. A natureza deixa de ser tratada como um conjunto equilibrado de forças universais e passa a sofrer abalos com as constantes intervenções de substâncias químicas.

Hoje, os agrotóxicos não estão apenas nas frutas e hortaliças, mas também no arroz, no feijão e nos produtos processados.

Na hora da compra 
  • Dê preferência a frutas e verduras da época. Fora da estação adequada, é mais provável que o alimento tenha recebido cargas maiores de agrotóxicos. 
  • Procure vegetais cultivados na sua região. Os que percorrem longas distâncias normalmente são pulverizados depois da colheita, por isso apresentam um risco maior de contaminação química. 
  • Capriche na diversificação dos produtos. Além de proporcionar uma saudável mistura de nutrientes, com esse procedimento você reduz a chance de se expor mais vezes a um mesmo tipo agrotóxico. 
  • Baseie suas escolhas em uma relação fidedigna e atualizada de produtos que apresentam menos traços de pesticidas, como batata, cebola, abacate e banana. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é uma boa fonte. 
  • Evite comprar os vegetais que mais acumulam agrotóxicos, segundo a ANVISA: pimentão, morango, pepino, alface e cenoura, entre outros. Substitua-os por alimentos de teor nutricional semelhante ou, se comprar, capriche bastante na hora de higienizá-los. 
  • Faça o mesmo com os hidropônicos. São cultivados longe da terra (dentro de tubos plásticos por onde a água circula continuamente), mas recebem fertilizantes químicos dissolvidos na água que os alimenta. 
  • Não leve para sua casa os vegetais mutilados ou com as cascas comprometidas, pois nestes o veneno já penetrou na parte interna ou na polpa.
No preparo dos alimentos
  • As verduras não devem ser lavadas logo que você chegar do mercado ou da feira.  Coloque-as na parte de baixo da geladeira por uma hora. Depois, execute uma primeira lavagem quando ainda estão geladas. Esse procedimento evita que os microrganismos, ao contato com a água, penetrem nas folhas. 
  • Os tomates e as batatas devem ficar fora da geladeira para que ocorra a degradação dos pesticidas.
  • Com todos os vegetais, antes da primeira lavagem, remova as partes cheias de dobras, os pontos escuros e os furinhos. Nessas partes, o agrotóxico se acumula e você não conseguirá eliminá-lo nem no molho da higienização.
  • Molho de higienização: uma colher de sopa de hipoclorito de sódio (água sanitária) para cada litro de água, ou duas colheres de vinagre por litro. Em ambos os casos, deixe os vegetais mergulhados na solução por 05 a 30 minutos, não mais que isso.
  • Após o tempo de molho, enxágue os vegetais cuidadosamente e prepare-os para consumo imediato ou para conservação em geladeira. Alguns podem, até, ser congelados.
  • As folhas devem ser retiradas do molho e não escorridas. Porque se você escorrer a água do molho com as folhas dentro, as impurezas que ficaram depositadas no fundo do recipiente voltarão a contaminar a verdura. Depois escorridas do molho, enxague as folhas, uma a uma, em água corrente. A seguir, elimine a água da lavagem colocando-as sobre um pano limpo ou usando uma centrífuga manual.  Para conservar em geladeira, as folhas devem ficar dentro de recipientes tampados, em camadas intercaladas com papel-toalha.
  • Alguns especialistas recomendam usar no molho apenas bicarbonato de sódio: uma colher de sopa para cada litro de água, por 15 a 30 minutos. Dizem que esse procedimento elimina até 96% dos agrotóxicos do alimento. 
Receitinha

    Spray caseiro para higienizar frutas e legumes

Para prepará-lo você vai precisar de:

1 colher de sopa de suco de limão
2 colheres de sopa de bicarbonato de sódio
1 xícara de água (cerca de 250 ml)

Junte todos os ingredientes em uma tigela e mexa até que o bicarbonato se dissolva totalmente. Despeje a solução em um borrifador e pulverize-o sobre os alimentos. 

Deixe agir por 5-10 minutos e, se necessário, escove os vegetais para retirar os resíduos mais difíceis. Depois, enxague normalmente.




Marília Muraro
Colunista Gastromania
marilia.escrita@gmail.com 




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