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Publicado em 31/07/2014

O QUE OS PAIS FAZEM MELHOR DO QUE AS MÃES?


(o que deixamos pro pai fazer)

O que o pai faz melhor que a mãe, sem dúvida, é a transmissão do limite que todo ser humano tem. O pai vem "tirar o filho da mãe", isto é, tirar de uma posição de “completude”, desejada pela mãe, para a incerteza. Dá uma categoria de existente para a criança e por isto limitada.

Traz esta incerteza, como uma dúvida que nos tira do programado, que quebra a onipotência, materna e infantil, tão necessária para criar a própria subjetividade. É por existir uma “castração” paterna que o desejo e a criação podem acontecer. Com a incerteza, podemos nos lançar para a crença, para a ilusão e os ideais.


A voz grossa ajuda a colocar limites?

O limite não depende de voz grossa, mas sim de uma firmeza e coerência no discurso. O pai tem uma tendência a ser mais respeitado porque ao colocar o limite o faz com segurança, com a certeza de que o que fala é certo (embora às vezes não seja), sem rodeios, é objetivo. Um limite não combina com falas longas. A mãe, digamos, se alonga e não convence, deixa dúvidas.


O que as mães poderiam revezar com os pais?

As mães poderiam revezar mais os momentos a sós com os próprios filhos. É importante a convivência conjunta, mas a convivência a sós, de cada um (pai e mãe) com seu filho, é riquíssima. Enquanto a mãe descansa de seu "maternalismo" o pai pode ir andar de bicicleta com o filho, tomar água de coco, conversar bobagens, rir junto... E vice-versa. Saudável e com efeitos maravilhosos nas relações parentais.


A mãe deve exclusivamente trocar as fraldas, dar comida, banho ou ir à reunião da escola?

O pai pode também fazer estas tarefas. E mãe e filho agradecem essa contribuição. Há casos em que o pai assume literalmente estas funções, por circunstâncias, escolha ou falta de escolha. E nada de ruim acontece. Haverá problemas apenas se o pai se sentir culpado por não fazê-lo, supondo-se desqualificado ou impotente. Ou, pior ainda, se entender que seu lugar é idêntico ao de sua mulher.

Pais separados - o que muda na definição dos papéis de cada um? O que é importante manter em casos assim?

Numa separação o mais importante é que um pai não denigra a imagem do outro. Na ausência de um deles, muitas vezes os dois papeis passam a serem assumidos concomitantemente pelo outro. Há quem hoje seja "pãe" e consegue distinguir perfeitamente a hora de ser cada um deles. Como o caso de muitas mulheres separadas e que sustentam família ou de pais que assumem seus filhos sozinhos.

Antes de nascer a criança estava numa "bolha" (barriga), protegida pela mãe e ao nascer, a mãe tenta preservar este filho numa "bolha imaginária", protegendo do mundo externo, das frustrações e sofrimentos naturais da existência humana. O pai é o elemento que vem ajudar este filho a se libertar e aprender a lidar com as intempéries que não terá como fugir. É o pai que diz: "coloca no berço e vem dormir...", "agora eu fico com ele". O pai faz um corte que leva o filho ao campo das possibilidades, a possibilidade dele ser um sujeito com desejo, ou seja, humano.

Pai mesmo é aquele que dialoga com seus filhos, discute possibilidades, demonstra seu afeto, preocupa-se com os cuidados necessários e com a educação adequada. É aquele que sabe que a boa educação está no próprio filho, na troca. Pai mesmo é aquele que observa, examina, acompanha, faz atividades junto, enquanto alguém que está ao lado, parceiro, nas dúvidas, nas incertezas e alegrias. Pai mesmo sabe que incerteza não é impotência.


Ângela Clara Corrêa
Diretora técnica da UNIRE DESENVOLVIMENTO HUMANO
Coordenadora dos cursos profissionalizantes da Unire
Psicóloga - Especialização em Psicanálise da Criança
Fone: 11 5575 6300 | www.unire.com.br




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