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Publicado em 16/10/2014
BULLYING ESCOLAR,
UM PROBLEMA DE TODOS NÓS
O BULLYING é uma das formas de violência que mais cresce no mundo, afirma a pedagoga Cléo Fante, pioneira no estudo do tema.
O termo vem do inglês, bully = valentão e o termo não tem um correspondente em português. Objeto de estudo pela primeira vez na Noruega e é utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica contra alguém em desvantagem de poder, sem motivação aparente e que causa dor e humilhação a quem sofre.
Pode acontecer em qualquer contexto social, como escolas pública e privada, escolas rurais e urbanas e até mesmo com crianças ainda no ensino infantil, bem como em universidades, famílias, entre vizinhos e em locais de trabalho.
Há quem classifique como uma epidemia psicossocial e o grande problema é que as vitimas podem somatizar tanta dor em doença e refletir em seu comportamento, afinal, são situações difíceis de serem elaboradas apenas com o próprio esforço, na maioria da vezes é preciso auxilio de profissionais. As vítimas passam a ter baixo rendimento escolar, se isolar, perdem iniciativa, tornam-se inseguras, baixa auto estima, e muitas outras sérias consequências que podem se agravar na idade adulta.
O ambiente escolar é um ambiente propício e notório da existência do Bullying e, quando ocorre, é devido a pouca ou nenhuma supervisão adulta. Segundo pesquisas, os locais mais frequentes das ações estão nessa ordem: salas, recreios, entradas e saídas.
Por natureza o bullying é da ordem do “escondido”, por definição é um tipo de agressão que pode ser física ou psicológica que atormenta a vítima, porque ela é repetitiva. É um ato cruel, intencional, dolorido, aterrorizante.
Eliminar esta agressão é um desafio. Acaba que ninguém sabe muito bem como lidar com estes atos. Escolas em geral lidam de forma paliativa, pais nem sempre conseguem identificar o caso, vitimas e testemunhas por medo se silenciam.
O que não se pode é colocar estes atos como brincadeiras da infância ou então, aceitá-las com o jargão que “crianças são cruéis mesmo” e que esta fase passará. Estes são casos de violência que podem danificar uma vida inteira.
Alguns sinais que podem ajudar a identificar a vitima:
- Isolamento social
- depressão
- baixa autoestima
- ansiedade
- queda no rendimento escolar
- problemas de estômago
- distúrbio de sono
- enurese noturna
- dores e ferimentos
- tentativas de suicídio
- resistência em ir à escola
- tristeza
- autoagressão
Em geral, não pedem ajuda pela característica da própria personalidade, que é mais retraída, insegura, tímida, por vezes com dificuldade de aceitação no meio social.
Alguns sinais que podem ajudar a identificar o agressor:
- personalidade autoritária que pode ser encontrada em alguns líderes de turma
- necessidade de controlar ou dominar
- preconceituoso
- rapidez em se irritar e sentir raiva
- entender como hostis as ações de terceiros
- preocupação com a autoimagem
Como proceder com os pais de alunos:
É preciso alertar os pais para este perigo e orientá-los como podem identificar se seus filhos estão sendo vitimizados. A falta de informação dos pais pode piorar a situação, inclusive alguns ainda brigam com seus próprios filhos por contas dos sintomas que surgem.
Os pais devem:
- conversar com seus filhos sobre a rotina da escola
- mostrarem-se abertos ao diálogo
- observar sinais
- observar mudança de comportamento
- não pressionar, julgar, criticar ou ameaçar
O que a escola pode fazer:
- investir em prevenção
- discutir o assunto com alunos, pais e professores
- ter uma sistemática de observação dos alunos
- incentivar solidariedade e o respeito
- importa-se com o aluno
- tomar atitudes diante de qualquer caso de bullying
- entender que tem responsabilidade sobre o aluno
Ficar omisso é compactuar com o BULLYING.