
Compartilhar
|
Publicado em 05/02/2014
SHAKESPEARE
NO CENTRO CULTURAL VERGUEIRO
Bem, eu sou suspeito para falar. Também possuo uma companhia de teatro, o Ágata e lancei através dela uma trilogia das obras desse ilustríssimo senhor: “Muito Barulho Por Nada“ (2004), “Hamlet“ (2005) e “Shakespeare Perdidamente Apaixonado“ (2005).
Ele é simplesmente irresistível. Estamos falando de William Shakespeare.
E mais uma vez vamos falar dele. Ainda bem! Porque a Cia da Matilde, está indo em frente com o Projeto "Shakespeare-Projeto 39", que tem o objetivo encenar todas as obras deste, que é o maior e o mais encenado, de todos os dramaturgos.
“A Tempestade“ já foi para o palco. “Ricardo III“ está em cena. Faltam 37 peças.
Em cartaz no Centro Cultural Vergueiro, “Ricardo III“ foi escrita entre o período de 1592 – 1593 e faz parte do grupo de peças de Shakespeare, chamadas de peças históricas.
Está sendo dirigida por Marcelo Lazzaratto, tradução e adaptação de Jorge Louraço.
Traz Chico Carvalho no papel título e Mayara Magri como Rainha Elizabeth. Os demais personagens são distribuídos por um competente elenco com vozes potentes e interpretações vigorosas, que valorizam a pérola do texto.
Sobre a peça: Ricardo, Duque de York, filho do Rei, era malicioso, colérico, invejoso, sovina, reservado e arrogante. Elimina um a um, todos os pretendentes ao trono paterno, e chega lá, mas como toda boa tragédia, o destino foi implacável ao reino conquistado ás custas de muita traição e sangue.
É famosa a frase de encerramento desse drama: “Meu reino por um cavalo”. Tão famosa quanto o “Ser ou não ser, eis a questão“, da peça "Hamlet".
Sobre a encenação: Simplicidade, criatividade, atores com vozes bem colocadas, interpretações vigorosas e, mais uma vez, um texto do grande poeta acontece!
A cenografia de Kleber Montanheiro vai na direção certa, da limpeza, da simplicidade que nos diz tudo.
Estamos liberados dos pesados cenários, que poderiam compor um castelo e ficamos com um palco redondo, que pode ser uma mesa onde a os nobres debatem os problemas da corte. Uma bandeira vermelha ao fundo que nos traz a rosa, símbolo do reino, que dá lugar a um sino, em que é anunciada a morte do Rei.
Shakespeare dispensa grandes produções, quando sua palavra está no centro do drama.
Impossível não falar da interpretação de Chico Carvalho, que trouxe o lado cômico da personalidade do rei assassino, tal como Laurence Olivier o fizera no cinema em 1.955, um grande sucesso.
O espetáculo fica em cartaz até 23 de Fevereiro e o projeto “Shakespeare-Projeto 39“, ainda nos trará: “Os Dois Cavalheiros de Verona”, “Tróilo e Créssida”, “Romeu e Julieta”, “As Alegres Comadres de Windsor“ e mais... 34 espetáculos de William Shakespeare.
Texto original: William Shakespeare Adaptação e tradução: Jorge Louraço Direção: Marcelo Lazzaratto
Elenco: Chico Carvalho, Mayara Magri, André Correa, Eva Carretero, Fernando Nitsch, Heitor Goldflus, Imara Reis, Isis Valente, Marcelo Moraes, Marcos Suchara, Maria Laura Nogueira, Mario Luiz, Rafael Losso e Renata Zhaneta.
Drama histórico (150min, com intervalo de 10min - 12 anos)
Ambientada no fim da Guerra das Rosas, a peça enfoca o conflito pela sucessão ao trono inglês entre 1455 e 1485, revelando os bastidores de uma trama cheia de traições, complôs e crimes movidos pela ambição.
Sexta e sábado, às 20h30; domingos, às 19h30
Ingressos: R$20,00
(a bilheteria abre duas horas antes do início do espetáculo) Sala Jardel Filho (321 lugares)
Centro Cultural Vergueiro Rua Vergueiro, 1000 - Liberdade, São Paulo - SP, 01504-000 (11) 3397-4002
SOBRE
WILLIAM SHAKESPEARE
Nasceu em abril de 1564, em Stratforf, Inglaterra. Geralmente, 23 de Abril é adotado como o dia do seu nascimento. Segundo a tradição, morreu também em 23 de Abril de 1616, com 52 anos.
Veio de uma sólida família de classe média.
Em 1582 casou-se com Anne Hathaway e tiveram três filhos.
Não há registro das atividades de Shakespeare de 1584 a 1592, mas em 1599, Shakespeare tornou-se sócio-proprietário do mais prestigiado teatro público de Londres, o Globe.
Como foi muito bem sucedido, ele investiu no mercado imobiliário e conseguiu se aposentar como um homem rico.
Seus textos teatrais são referência mundial para diversas artes como o cinema, o ballet e a pintura.
Além de ter dado vida a roteiros históricos, também fomentou a filosofia, a espiritualidade e o humanismo através de duas peças e personagens.
Suas obras podem ser divididas em:
Comédias “A Megera Domada“, “Muito Barulho por Nada“, “O Mercador de Veneza”, entre outras.
Tragédias “Tito Andrônico”, “Hamlet“, “Romeu e Julieta“, “Macbeth”, “Rei Lear”, “Otelo“, “Júlio César“, entre outras.
Românticas “A Tempestade“, “Péricles“, “Conto de Inverno”
Peças Históricas “Henrique VI“, “Ricardo III”, “Ricardo II“, “Henrique IV“ e “Henrique V“
Silvio Tadeu Colunista de Arte e Cultura
|