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NILL DE PÁDUA

Nill de Pádua

O Portal Vila Mariana se orgulha em entrevistar Nill de Pádua.

Morador do bairro Bosque da Saúde, desde o seu nascimento, um jovem extremamente batalhador do seu ofício. Uma referência no Teatro e na arte de representar. Fundador de uma escola de teatro situada no bairro da Saúde, contribuindo para a formação de artistas.

1 - A maioria dos atores e atrizes passam pelo teatro, almejando a TV ou o Cinema. Sua carreira é basicamente, trilhada pelos caminhos do teatro, com uma ou outra passagem na TV.
Isso seria uma opção profissional?

Não, não é opção. Faço qualquer um dos três. O que acontece, é que comecei pelo teatro. Se tivesse começado pela TV, certamente teria um currículo vasto nessa área também.

2 - Como aconteceu a descoberta do ator e a descoberta do teatro?

Aos 09 anos de idade, minha mãe me obrigou, juntamente com meus dois irmãos mais novos, a participar de uma peça amadora na igreja. Meus irmãos odiaram a experiência e eu me apaixonei por aquele negócio que chamavam de teatro. Nunca mais fui capaz de fazer nada diferente daquilo.

3 - Considero seu melhor desempenho, no espetáculo “Os Miseráveis“, dirigido por Gabriel Veiga Catellani, um clássico destinado ao público adulto. Mas há em sua carreira um número considerável de espetáculos infantis.
Seria uma tendência dos produtores, um maior investimento em espetáculos infantis, por existir um mercado mais imediato?

Não, acho que o mercado é imediato em todos os seguimentos e existem produtores pra todos os gostos, independentemente se há público para aquele ou esse gênero. Já fiz e espero continuar fazendo muitos infantis. Acho importante trabalhar com a formação de público. Só tomo cuidado pra não ficar rotulado, limitado, como ator apenas de peça infantil, por esse motivo, procuro sempre fazer um adulto à noite, seja musical, tragédia, comédia ou drama.

4 - Como nasceu o Teatro Escola Nill de Pádua?

Em 1995, eu comecei a dar aula pra crianças no antigo Teatro Bela Vista, na Rua Major Diogo. Como me mostrei um professor muito carismático com os alunos e a turma foi crescendo cada vez mais, o dono do teatro me deu uma turma de adultos. Em 1996, o teatro passou por uma crise muito grande e tiveram que fechar as portas. Todos aqueles alunos queriam continuar tendo aulas de interpretação comigo. Não tive dúvida, aluguei um galpão, transformei-o em uma escola de teatro e continuei dando aula.

5 - Denis Carvalho já havia feito algumas críticas aos jovens atores, que querem o estrelato, mas não se preparam tecnicamente para o trabalho. Você observa isso, é uma realidade?

É uma triste realidade, mas não são todos. Os que vêm do teatro, e nele passam por todo tipo de dificuldades, sabem que o buraco é mais em baixo. Sabem que estão ali por amor ao seu ofício e que se o estrelato não vier, não vão morrer por isso.

6 - Como o ator Nill de Pádua se prepara hoje, antes de cada espetáculo?

Dependendo do espetáculo, preciso ter pelo menos uma hora e meia no teatro, pra me maquiar, passar meu texto, aquecer meu corpo e voz, checar minha contra-regragem, enfim, absorver a energia daquele espaço sagrado.

7 - Você foi um dos primeiros da nossa geração, a largar corajosamente o emprego convencional, e se lançar na carreira em um grupo de teatro. Você hoje acredita no teatro feito por grupos e companhias de teatro?

Acredito e sempre vou acreditar. Os grupos de teatros são a verdadeira escola prática de um ator. Em um grupo ou companhia, podemos errar, experimentar e acertar o FAZER TEATRAL.

8 - Como você vê as atuais Leis de Incentivo á Cultura?

Não posso ainda, infelizmente, falar sobre esse assunto. Nunca fui contemplado com nenhuma delas. Todos os meus projetos até hoje, sempre foram recusados, mas eu tenho fé.

9 - Para você, qual foi o personagem mais importante, que mais lhe acrescentou?

Permita-me citar três:
• MEDEIA ( Espetáculo “Medéia”, em cartaz no Teatro Bela Vista, 1992 )
• JEAN VALJEAN ( Espetáculo “ Os Miseráveis “, em cartaz no Teatro do Ator, 2005)
• PUNK ( Espetáculo “ Sonho de Uma Noite de Verão “, em cartaz no Teatro Maria Delacosta, 2001 )

10 - Alguns artistas de teatro, quando chegam a TV, dizem ter estranhado as diferentes exigências técnicas que o teatro e a TV impõe ao ator. Você sentiu isso nos seus primeiros trabalhos na TV?

Não, isso é uma bobagem! A regra é fazer tudo com verdade.

11 - Você fez “A Pedra no Reino“ na TV Globo, e dirigiu “O Auto da Compadecida“ no seu espaço. O que o universo de Ariano Suassuna, lhe inspira artisticamente.

Acho Ariano, o gênio da raça brasileira. Um dos nossos maiores dramaturgos ainda vivos. Orgulho de ter estreado na TV, numa minissérie desse gênio.

12 - Dos diretores que você trabalhou o que ficou para você de lição?

Nesses 30 anos de teatro, trabalhei com vários. Grandes mestres!
Gostaria de citar 03 deles aqui:
• MARCIO AURÉLIO me ensinou que tudo num palco precisa estar em harmonia.
• JOSÉ RENATO me ensinou a fazer musical, teatro de revista.
• LUIZ FERNANDO CARVALHO, que Teatro, TV e CINEMA, são a mesma coisa, desde que sejam feitos com verdade.

13 - Complete a frase: O melhor espetáculo é aquele que...

Tem conteúdo, mensagem e faz o público pensar, seja rindo ou chorando.

14 - Uma mensagem aos nossos leitores.

Felizes são aqueles que sabem qual o seu verdadeiro ofício, seja qual for.

Serviço :
Teatro Escola Nill de Pádua
Rua Mauro, 437 – Saúde
Fone: (11) 2276-0031



Silvio Tadeu
Colunista de Arte e Cultura


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