GILBERTO GIL
UM REALCE AOS 70
Sob curadoria de André Vallias, a exposição " Gil 70", expõe a visão de vários artistas sobre a obra de Gilberto Gil.
Na MPB, talvez não exista poeta mais visionário e futurista que Gilberto Gil. Sempre fiel aos mestres como João Gilberto ou Dorival Caymmi, mas antenadíssimo no futuro, e um dos primeiros músicos a assimilar a guitarra elétrica nas suas composições.
Antes mesmo de antenas parabólicas invadirem barracos e periferias brasileiras, Gil já profetizava isso na música e na capa do disco "Parabolicamará".
Como se não bastasse, Gil é o primeiro artista brasileiro a ter um canal exclusivo no Yotube.
A importância de Gilberto Gil na cultura de seu país vem desde os anos 60, quando ele e Caetano Veloso criaram o Tropicalismo.
Radicalmente inovativo no cenário musical, o movimento assimilou a cultura pop aos gêneros nacionais; profundamente crítica nos níveis políticos e morais, o tropicalismo finalizou sendo reprimido pelo regime autoritário militar.
Gilberto Gil nasceu no bairro do Tororó, em Salvador, na Bahia. Seu pai, o médico José Gil Moreira e sua mãe Claudina, em busca de uma vida melhor, mudam do bairro pobre da capital baiana para o interior do Estado, em Ituaçu, à época um lugarejo com cerca de oitocentos habitantes. Ali, Gil passou os primeiros oito anos de vida.
Deste período o artista registra a influência das músicas ouvidas, sobretudo no rádio:
"…os meus primeiros momentos de ouvir música, tudo se passou numa época em que Luiz Gonzaga, principalmente lá no Nordeste, onde eu vivia, lá na caatinga, era praticamente o canto mesmo da região…"
Com oito anos volta para Salvador, onde estuda no Colégio Maristas, e frequenta uma academia de acordeon. Quando estava no secundário, recebeu da mãe um violão e conhece o trabalho de João Gilberto, que lhe influencia de imediato.
Nos tempos de faculdade de Administração, Gil conhece Caetano Veloso, sua irmã Bethânia, Gal Costa e Tom Zé. Realizam a primeira apresentação na inauguração do Teatro Vila Velha em junho de 1964 - com o show "Nós, Por Exemplo". Celebrando os 70 anos de Gil e seus 50 anos de carreira, o Itaú Cultural inaugura a partir do dia 12 de dezembro, com entrada gratuita, a exposição Gil 70. A mostra foi concebida e organizada pelo poeta e designer gráfico André Vallias que contou com a colaboração do pesquisador e ensaísta Frederico Coelho, na curadoria. São ao todo 23 trabalhos apresentados em diferentes linguagens e suportes, como pintura, vídeo, fotografia, escultura e instalação, todos inspirados nas canções de Gil ou dedicados a ele. Vallias e Coelho comentam que Gil 70 “convocou um conjunto eclético de artistas que entrelaçam gerações, linguagens, suportes e áreas de atuação da mesma forma que a obra de Gil entrelaça temas, idéias e sensibilidades”. Entre os artistas que realizaram obras para a mostra estão nomes como Omar Salomão, Carlos Nader e Arnaldo Antunes. A explosão de corações na instalação de Adriana Calcanhoto dá dica sobre a música que inspirou a cantora, “Corações a Mil”, composta por Gil na década de 1970.
Já Caetano Veloso dedica a Gil o poema-instalação “Gilberto Misterioso”, assim como Augusto de Campos que homenageia o cantor baiano com o poema visual “Tristes Tópicos”. Além das obras, a exposição conta com uma grande linha do tempo, ilustrada com imagens, áudios e vídeos, que revelam um pouco da vida pessoal de Gil, e faz um contraponto com sua trajetória profissional acompanhada pelos acontecimentos importantes de cada momento histórico que refletem fortemente na obra do cantor baiano.
Quarta 12 de dezembro de 2012 a quinta 17 de fevereiro de 2013 terça a sexta, das 9h às 20h sábado, domingo e feriado, das 11h às 20h. Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149 - São Paulo/SP Fones: (11) 2168 1777 / 2168 1776 Fontes : Nosso Século Silvio Tadeu 12/12/2012

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