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Publicado em 09/10/2013
A MADRINHA EMBRIAGADA
E A MAGIA DOS MUSICAIS
Tenho um amigo que detesta musicais. Tenho um outro, que só assiste musicais. O que detesta musicais, alega que, o musical sufoca o texto, valorizando mais a dança e a música, principal ferramenta deste tipo de estética teatral.
O amigo que só assiste musicais, persegue esse gênero justamente por isso: pela magia que os atores-cantores provocam quando atuam.
Tive o enorme prazer de assistir o espetáculo musical “A Madrinha Embriagada“ em cartaz no Teatro SESI, Av. Paulista, 1.313.
E desculpe o amigo que detesta musicais, mas o espetáculo é irresistível, não só pela leveza e descontração, facilitada pela excelência das interpretações, mas vemos lá, um espetáculo escolhido com muito cuidado, por quem não se valeu de textos conhecidos do mundo musical, para estar em um lugar seguro.
O Diretor de Produção, Cleto Baccic, confessa ter lido trezentos títulos até chegar a “The Drowsy Chaperone”, que na adaptação de Miguel Falabella, que também assina a direção, recebeu o nome de “A Madrinha Embriagada“.
Além de toda riqueza de produção, já esperada de um musical dirigido pelo “papa“ do Musical Brasileiro e patrocinada pelo SESI – Serviço Social da Indústria, números ágeis de sapateado foram acrescentados ao trabalho.
Teatro musical é uma forma de teatro que combina música, canções, dança, e diálogos falados. Esta delimitada por um lado pela sua co-relação com a ópera e por outro pelo cabaré, os três apresentam estilos diferentes, mas suas linhas muitas vezes são difíceis de conceituar.
Existem três componentes para um musical: a música, interpretação teatral e o enredo. O enredo de um musical refere-se a parte falada (não cantada) da peça; entretanto, o "enredo" pode também se referir a parte dramática do espetáculo. Interpretação teatral se relaciona as performances de dança, encenação e canto. A música e a letra juntas formam o escopo do musical; as letras e o enredo são freqüentemente impressos como um libreto.
Um momento de grande emoção dramática é freqüentemente encenado numa canção. Proverbialmente, "quando a emoção torna-se tão forte no discurso, você canta; quando ela se torna tão forte na canção, você dança." Uma canção deve ser adaptada ao personagem (ou personagens) e na sua situação dentro do enredo.
Um show normalmente se abre com uma canção que dá o tom ao musical, introduz de alguma forma os personagens principais, e mostra o enfoque da peça. Dentro da concentrada natureza do musical, os autores devem desenvolver os personagens e o planejamento.
Um musical pode durar uns poucos minutos ou varias horas; entretanto, os mais populares musicais duram de duas horas à duas horas e quarenta e cinco minutos. Musicais hoje são normalmente apresentados com um intervalos de quinze minutos de duração; no primeiro ato, é quase sempre de idêntica duração o segundo. Um musical tem normalmente por volta de vinte a trinta canções de vários tamanhos (incluindo uma reprise e adaptação para coral) entre as cenas com diálogos. Alguns musicais, entretanto, tem canções entrelaçadas e não tem diálogos falados.
Esta é uma das linhas fronteiriças entre musicais e ópera, mas não é a única.
Outras diferenças entre ópera e musical é que enquanto a ópera costuma ser apresentada em sua língua original, o musical geralmente é traduzido para a língua nativa de onde está sendo apresentado. Numa ópera geralmente o elenco se divide entre cantores, atores e bailarinos, enquanto que, no musical, cada artista deve executar as três funções.
O TEATRO MUSICAL NO BRASIL
A história do teatro musical no Brasil tem sua grande origem em fins do século XIX com o chamado Teatro de Revista, em que se construiu uma identidade um tanto quanto nacional para o que se encenava nos palcos, diferente de qualquer outro teatro estrangeiro que começou a ser introduzido em 1808 com a chegada de D. João VI ao Brasil. Apesar da influência francesa, o Teatro de Revista era a difusão de modos e costumes da época, com atos que valorizavam o corpo (muitas vezes, nu) e que abusava de canções, operetas e vandeville (interpretação de canções ligeiras e satíricas) para a eficiente transmissão de suas mensagens. Foi com o teatro de revista que grande nomes nacionais foram lançados, como Carmem Miranda, por exemplo e suas vedetes. Os grandes expoentes da revista em suas três fases foram Arthur Azevedo, França Junior e Walter Pinto, este último investindo em cenários e figurinos luxuosos e grandes coreografias, época em que a revista beirava o escracho em detrimento da comicidade em suas apresentações, entrando em decadência.
Uma das grandes compositoras do teatro de revista brasileiro foi Chiquinha Gonzaga. O teatro representou para ela a conquista de um público maior e o reconhecimento como compositora e um retorno financeiro seguro. Em 1880, ela escreveu um libreto e tentou musicá-lo, o que acabou como uma peça de costumes, Festa de São João. Somente em 1885 conseguiu estrear como a maestro em parceria com Palhares Ribeiro, compondo a opereta em um ato A Corte na Roça. Aos poucos seu nome foi se firmando no meio teatral carioca, participando de vários espetáculos como compositora e regente: A Filha de Guedes (1885), O Bilontra e a Mulher-Homem(1886); O maxixe na Cidade Nova (1886); O Zé Caipira (1887).
Outro escritor do teatro de revista foi Arthur Azevedo. Sua primeira peça foi O Rio, de 1877, que de forma humorística mostrava os principais acontecimentos políticos e sociais do Brasil.
Carlos Gomes também musicou peças e revistas teatrais. “A Madrinha Embriagada“ De 17 de agosto de 2013 a 29 de junho de 2014 Quartas, às 21h | quintas e sextas, às 15h -sessões para escolas- e 21h sábados, às 16h e 21h | domingos, às 19h Teatro do SESI – São Paulo Av. Paulista, 1313 - Cerqueira César - São Paulo - SP Contatos: (11) 3146-7405/06 Agendamento escolar: de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h pelo telefone (11) 3146-7439 Ingressos Gratuitos Os ingressos para os próximos meses da temporada serão disponibilizados a partir do dia 20 do mês anterior. Para garantir sua presença, é preciso fazer um cadastro, no site: http://www.sesisp.org.br/Cultura escolher a melhor data disponível e reservar o ingresso. O espetáculo "A Madrinha Embriagada" é uma realização do Sesi-SP e da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), e integra o projeto educacional do Sesi-SP em teatro musical.
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